Um dos sete tripulantes do arrastão que naufragou, terça-feira à noite, na entrada do porto da Figueira da Foz foi resgatado sem vida e dois foram salvos por uma mota de água da Polícia Marítima. Continuam desaparecidos quatro pescadores.
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O naufrágio ocorreu por volta das 19.15 horas, à entrada do porto da Figueira da Foz, tendo o corpo da única vitima mortal até ao momento sido retirado da água cerca de duas horas depois de o barco ter afundado. "Vi o barco a fazer a manobra, mas o mar estava muito puxado. Depois de uma onda, deixei de ver a embarcação", contou ao JN um pescador que se encontrava perto do porto à hora do acidente.
Outro pescador afirma ter visto vários homens numa balsa salva-vidas, enquanto outros dois estavam junto ao casco da embarcação "Olívia Ribau", registada em Aveiro. A tripulação, segundo o JN conseguiu apurar, será oriunda da Leirosa e da Costa de Lavos, na Figueira da Foz.
Estariam sete pescadores na embarcação, tendo dois sido resgatados por uma moto de água da Polícia Marítima. Quatro continuam desaparecidos.
Feridos tiveram alta
Os dois pescadores feridos - João Paulo Conceição, de 45 anos, e Adriano Conceição, de 32, irmãos, foram transportados ao Hospital Distrital da Figueira da Foz, com hipotermia, mas estão fora de perigo. Tiveram alta ao final da noite, a pedido dos próprios. Joaquim Comboio, de 57 anos, é a vítima mortal. Todos são residentes na zona da Figueira da Foz.
As operações foram acompanhadas por um helicóptero e por um navio de patrulha oceânica. Fonte da Marinha explicou à Lusa que o local onde o barco encalhou era de difícil acesso, devido à agitação marítima.
Críticas ao atraso de meios de salvamento
Uma lancha da Polícia Marítima, às 20.25 horas, era o único de salvamento aquático visível no local. Mais de uma hora depois do naufrágio, às 20.40 horas, cerca de duas centenas de pessoas estavam concentradas na cabeça do molhe sul do porto da Figueira da Foz e criticavam a falta de uma operação de salvamento e a ausência de embarcações no mar.
Os populares e pescadores questionaram a ausência do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) e dirigiram-se diretamente ao presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, que esteve no local, inteirando-se do sucedido.
Junto ao molhe norte estiveram igualmente várias ambulâncias e meios terrestres da Polícia Marítima, que entretanto abandonaram o local, aproximando-se da margem sul do rio.