Naufrágio na Marinha Grande: pescador não queria ir e despediu-se da família de "forma diferente"

Marco (à direita, ao lado do pai) avisou o mestre à última hora que não ia trabalhar
Foto: Nuno Brites / Global Imagens
Filha de desaparecido estranhou maneira como o pai saiu. Colega escapou porque indisposição não o deixou ir ao mar.
Corpo do artigo
Há histórias de sorte dentro das tragédias. Marco Marçal, 45 anos, tem uma para contar. O pescador da “Virgem Dolorosa” foi salvo por uma indisposição horas antes de embarcar para a última viagem da traineira, que naufragou poucas horas depois, provocando três mortos e deixando três desaparecidos. A meio da manhã de quarta-feira, à porta da urgência do Hospital da Figueira da Foz, onde familiares das vítimas choram, olha para o mar ali ao lado. Podia estar num lado ou outro ou na morgue, se tivesse embarcado como faz todas as noites. “Escapei por um triz. Estava maldisposto, e perto de embarcar avisei o mestre de que não conseguia ir trabalhar. Foi a minha sorte”, admite ao JN sem conseguir esconder a tristeza.

