Nem as garagens escapam à febre do imobiliário. Na zona de Vila d'Este, em Gaia, a poucos metros do Hospital Eduardo Santos Silva e das futuras estações de metro, os anúncios para alugar garagens e vender lotes com dezenas de lugares proliferam pelas ruas.
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A procura por estacionamento dos funcionários do centro hospitalar e o prolongamento da linha Amarela que servirá aquela zona no fim de 2023, aliados à onda de assaltos, em particular a catalisadores de carros, provocaram um forte crescendo na busca por lugares de garagem.
A dificuldade em estacionar não é uma novidade: além dos quase 20 mil moradores de Vila d'Este, muitos que trabalham naquela zona são de longe e chegam de carro. A situação agravou-se com o encerramento do parque em frente ao hospital devido às obras do metro. Além de imobiliárias a venderem lotes de frações e parques com lugares, há também quem coloque, a título individual, as próprias garagens para alugar. Algumas, com portão individual e "capacidade para carro grande", chegam aos 120 euros mensais.
Em frente ao Froiz, na Rua de Salgueiro Maia, dos 67 lugares para alugar a 45 euros mensais no parque da Tarvos Imóveis, já quase não há nenhum vago. José Armando, da empresa gestora do parque que abriu há cerca de dois anos, confirma ao JN o aumento da procura. "Está quase tudo cheio. O parque abriu há dois anos e tem 67 lugares, distribuídos por três pisos. Começaram a roubar catalisadores e o pessoal começou a ficar com medo", refere, indicando que também junto ao Lidl "há centenas de lugares para alugar".
Ana Neves, assistente operacional nos Cuidados Intensivos do hospital de Gaia, conta que a uma colega "roubaram os quatro pneus do carro". "Terminou o turno e ia embora. Tinha o carro assente em tijolos", relata.
Lote de 58 lugares à venda
Os casos serão pontuais, mas a proximidade às futuras estações de metro alimenta a procura. São evidentes os anúncios de venda de lotes de lugares de garagem.
No número 341 da Rua de Salgueiro Maia, a imobiliária Zome está a vender um "lote de 58 lugares de garagem". O JN tentou contactar o agente responsável pela venda, mas sem sucesso. Através de uma pesquisa nos diferentes sites imobiliários, e em particular da Zome, o anúncio indica, afinal, a venda de 65 lugares por 250 mil euros. Ou seja, cerca de 3800 euros por fração.
Outros locais
Santo Ovídio
Próximo da estação de Santo Ovídio há também alguns anúncios de venda de garagens. Uma das mais caras, com portão individual e espaço para carro e mota, em frente à RTP, custa 6730 euros.
Avenida
Na Avenida da República, entre as estações de metro João de Deus e D. João II, um lugar de garagem "com capacidade para dois carros ou mais" e elevador está à venda por 32 mil euros.