Mesmo debaixo de uma chuvada copiosa, cerca de uma centena de pessoas deram corpo, este domingo, a mais uma edição do “Mergulho no Cávado”, na praia fluvial do Faial, na Vila de Prado, em Vila Verde.
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Se os astros pareciam alinhados para que houvesse uma trégua na hora do mergulho, desalinharam-se todos no momento-chave e a chuva caiu de forma mais intensa do que nunca. Mas aí já não havia recuo possível.
“Pessoal, hoje são dois banhos, um fora e outro no rio”, brincava António Silva, que todos por ali conhecem como Mouzinho e que é o grande dinamizador da iniciativa, que começou em 2015, quase por brincadeira, “com meia dúzia de amigos”.
De lá para cá, tem-se realizado todos os anos – à exceção do período da pandemia de covid-19 – e juntado centenas de pessoas, quer a mergulhar, quer a assistir. Este ano, a afluência foi menor, por causa do estado do tempo, mas ainda assim superou as expectativas.
“No ano passado, tivemos um tempo espetacular e muita gente. Desta vez, estava à espera de meia centena para mergulhar, mas apareceram muitos mais, quase o dobro. A água estava uma maravilha, a 12 graus”, disse ao JN Mouzinho, visivelmente satisfeito.
Realizada sempre no primeiro domingo do ano, a iniciativa é o “mais informal possível”. “Não há inscrições, é tudo livre, basta as pessoas aparecerem e mergulharem. O grande objetivo é dar a conhecer esta praia fantástica e atrair gente para cá vir desfrutar”, frisou Mouzinho.
Dos nove aos 77 anos
À imagem do que costuma acontecer, voltaram a juntar-se pessoas de várias gerações, desde a pequena Carlota Silva, de nove anos, que participou pela primeira vez no mergulho juntamente com o pai, às já presenças habituais de Boaventura Gomes Vieira e Alberto Pereira, de 77 anos.
“Quem gosta a sério desta iniciativa, como é o meu caso, dá o corpo às balas mesmo com chuva”, gracejou Boaventura. Além de participantes de pradenses e vilaverdenses, a iniciativa junta muitas pessoas oriundas de concelhos vizinhos, como Braga ou Barcelos, sendo que alguns aproveitam para fazer o percurso a correr antes do mergulho.
“Participo em maratonas, neste momento estou a treinar para a de Paris. Fiz o meu treino e depois vim dar o mergulho, que para mim já uma tradição”, garantiu o pradense Augusto Lopes, que foi um dos primeiros a entrar na água do rio Cávado.
Após o mergulho, quem mergulhou e quem ficou apenas a ver juntou-se para um convívio em redor de uma mesa com natas e vinho do Porto. Essa confraternização final é também uma das imagens de marca do evento.