Nesta escola de Leiria, os elementos de mesa de voto 17 vestiram as batas às 8 horas
Os cinco elementos da mesa de voto nº 17 da EB 2, 3 D. Dinis, em Leiria, vestiram as batas que integram o equipamento de proteção individual contra a covid-19 antes de os primeiros eleitores chegarem, logo às 8 horas.
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"Uma pessoa que esteja infetada tanto pode vir votar às 8 horas, como às 18 horas", justifica o presidente da mesa. "O risco existe e assim tentamos minimizá-lo", acrescenta outro elemento.
A observação suscita uma reação imediata do presidente da mesa: "O risco é o mesmo que ir a um supermercado e menor do que quando utilizamos o multibanco, que nem sequer é desinfetado".
Se há a concordância de todos em protegerem-se da melhor forma possível contra a possibilidade de serem infetados por algum eleitor com covid-19, o mesmo não se pode dizer quanto a votar nessas circunstâncias. "É um direito que assiste a todos", alega um dos elementos da mesa. "Mas se eu estivesse infetado, não vinha votar", responde outro. "Eu vinha, mas nunca entre as 18 e as 19 horas", acrescenta um terceiro.
O cuidado em desinfetar os locais de voto e a urna foi uma constante ao longo do dia na mesa n.º 17, onde os eleitores eram convidados a utilizar álcool-gel logo à entrada. Houve ainda a preocupação de ir trocando de máscara cirúrgica ao longo de todo o dia, antes de completar quatro horas de utilização.
O JN abordou um casal que se deslocou à D. Dinis para votar no período recomendado às pessoas infetadas ou em isolamento, embora sem se encontrar nessas condições. "Fomos caminhar de manhã e passámos aqui às 10 e tal, mas como estava uma fila muito grande, voltámos para casa", explica Lúcia Alves.
"A nossa tendência sempre foi para vir votar ao final do dia", afirma a eleitora. O facto de coincidir com o período aconselhado aos eleitores com covid-19 não a assusta. "Já levámos a terceira dose da vacina e a nossa filha mais nova já esteve infetada", justifica. "Não temos medo. Temos de viver."
Perto das 16 horas, a taxa de votação nas 36 mesas da União de Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes era de 54,66%, garante ao JN o presidente, José Cunha. Uma percentagem superior em 9% à média nacional, à mesma hora, que era de 45,66%.