No Pátio da Quintinha há medo de acordar sem ter teto para dormir a próxima noite

Pátio da Quintinha, antigo bairro operário onde vivem quase cem moradores
Foto: Pedro Gomes Almeida
"Há medo, insegurança, instabilidade. Por não saber o dia de amanhã... por poder acordar sem teto para a noite seguinte." Jorge Seabra resume assim a angústia vivida por mais de uma centena de moradores do Pátio da Quintinha, no Beato, apesar de a Câmara Municipal de Lisboa garantir que o negócio que colocou a antiga vila operária em risco "não vai prosseguir", após a proposta vencedora do leilão não ter sido aceite pelos credores.
A garantia foi deixada na reunião do executivo municipal da última quinta-feira pelo diretor do Património da Câmara Municipal de Lisboa (CML)L, Bernardo Alabaça, após um apelo do porta-voz dos moradores. Segundo o responsável, a proposta de pouco mais de um milhão de euros apresentada no leilão realizado em novembro "não foi aceite pelos credores", o que impede, para já, qualquer notificação à autarquia para o exercício do direito de preferência. "Não haverá lugar à comunicação do direito de preferência para esse negócio", explicou, assegurando, ainda assim, que os serviços municipais continuam a estudar o processo com vista a uma eventual aquisição futura.

