Entradas para concertos na Praça do Município foram controladas, devido à afluência. Festa termina hoje.
Corpo do artigo
Milhares de pessoas entupiram, nos últimos dois dias, as ruas do Centro Histórico de Braga para a Noite Branca - que termina hoje -, mas poucas são as dúvidas de que Renata Jácome, com 16 anos, terá sido a primeira visitante a chegar à festa. Anteontem, quando a cidade ainda dormia, pelas 7.30 horas, a jovem bracarense estava já a instalar-se junto ao palco da Praça do Município, onde outros amigos viriam a juntar-se.
Foram quase 17 horas de espera só para garantir um lugar privilegiado para ver Fernando Daniel, um dos cabeças de cartaz do evento. Antes, Renata ainda ouviu Aurea na primeira fila. Mas houve quem não tivesse a mesma sorte. Os foliões eram tantos, que a Polícia teve mesmo de limitar as entradas para os concertos.
"Estivemos umas 13 horas sentados. Saímos, à vez, para almoçar ou jantar e dar uns passeios", contou Renata Jácome, ao lado de Ariana Pinto, outra fã de Fernando Daniel que madrugou para garantir lugar junto ao palco. De outras regiões do país vieram também dezenas de jovens só para ouvir hits como "Nada mais" ou "Melodia da saudade".
"Chegámos em 2019 a Braga, mas a minha filha já é fã de Fernando Daniel", confessou Juliane Hering, acompanhada pelo marido e outro casal amigo. "Este ano, não falhámos nenhuma festa. Nem a festa da igreja", brincou Juliane, adiantando que a Noite Branca "é marcante", por incluir um programa cultural. "Fomos ao Theatro Circo e queremos ver os outros museus", reforçou a visitante.
Para quem não chegou cedo à festa, nas últimas noites, as expectativas acabaram por sair defraudadas. É o caso de Nuno Carvalho, de Guimarães, que chegou às 21.15 horas a Braga, mas só 45 minutos depois conseguiu um lugar de estacionamento. E nem a solução dos transferes, criada pelos Transportes Urbanos de Braga, foi viável.
"Estava uma fila de centenas de pessoas à espera de autocarro, junto ao estádio", contou o vimaranense, lamentando que os dois filhos ficassem impedidos de ver o concerto da Aurea, anteontem. "Já não conseguimos entrar na praça, a Polícia estava a barrar a entrada", concretizou.
Discoteca ao ar livre
Quem não conseguiu ver os espetáculos no palco da Praça do Município ou nos restantes palcos principais não ficou, contudo, sem música. Em oito zonas do Centro Histórico, desde a Praça da República ao Campo das Hortas, 24 empresários da restauração uniram-se para animar os clientes e visitantes, montando bares com DJ, numa verdadeira discoteca ao ar livre. "É muito bom encontrar música em qualquer canto", frisou Eduarda Oliveira, de Santa Maria da Feira .
Pelas ruas, a multidão ainda se esbarrou com circo contemporâneo, atividades infantis, performances itinerantes e a arte urbana que resultou do festival Fenda. Junto ao edifício do castelo, um mural de cores néon foi dos que mais chamaram a atenção nas duas últimas noites.
Hoje, a Noite Branca encerra com Sofia Escobar e a Orquestra Filarmónica de Braga, pelas 18 horas, na Praça do Município.
Jennifer Salirrosas (à esquerda) e a família, naturais de Espanha, estavam de férias em Braga, quando foram surpreendidos pela Noite Branca. Foi um guia turístico que lhes explicou o conceito e, durante a noite de anteontem, acabaram por se vestir a rigor. "A música e as pessoas são o melhor", afirmou Jennifer.
André Oliveira (à direita) trabalha em Braga e desafiou os pais e a irmã, Eduarda, de Santa Maria da Feira, a visitarem a Noite Branca, anteontem. Viram o concerto da Aurea, passaram pelo espetáculo de Ivandro e aproveitaram a música nas ruas. Gostaram da festa, mesmo "com alguns apertos" devido à multidão.
Juliane Hering (à esquerda) é brasileira, mas está em Braga desde 2019, altura em que visitou, pela primeira vez, a Noite Branca. Este ano, decidiu voltar com a filha, o marido e um casal de amigos brasileiro, que chegou há um ano à cidade. "É um bom momento para marcar o fim das férias", referiu Juliane.
Último dia
Concertos
O palco do Rossio da Sé recebe o grupo Ai Braguesa, às 15 horas. Logo depois, às 16.45 horas, atua Lara Pereira. Na Avenida Central, às 16 horas, há Trio Pagú para ouvir.
Público infantil
Na Praça do Conde Agrolongo, até às 13 horas, há oficinas criativas, artes plásticas e pinturas faciais para crianças e jovens. No Museu dos Biscainhos há workshops gratuitos, exposições e instalações artísticas destinadas aos mais novos.