Nortada afastou veraneantes no primeiro dia da piscina aquecida na praia de Canide
A nortada que ia dissipando o calor do sol não deu tréguas durante a manhã deste sábado, o primeiro dia nesta época balnear da piscina aquecida da praia de Canide Norte, em Canidelo. O equipamento esteve longe de registar a enchente do dia inaugural, há um ano.
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Ainda indecisa quanto a um novo mergulho, a pequena Diana, de 7 anos, avaliava a temperatura da água salgada que preenche o tanque de 25 metros de comprimento por 20 de largura com um “mais ou menos”. “É habituarmo-nos um bocadinho, mas depois de sairmos fica mais frio”, sorria a filha de Andreia e Alexandre Lucas, dois lisboetas a viver em Gaia desde 2020.
Diana acabou por não resistir e voltou a entrar na água salgada que, mercê do vento forte, estava apenas a 21 graus centígrados. “Mas eles gostam sempre”, garantia Andreia, antes de voltar com Diana e Rafael, o caçula de três anos da família, até à piscina de água do mar aquecida através de painéis térmicos.
“Disseram que era aquecida, mas não é, porque a água é gelada”, ria Sofia Mané, com a filha Ariana nos braços, a tremer de frio. “Vamos ter de ir embora”, avisava a mãe da menina de três anos, que promete, no entanto, “tentar vir noutro dia, para ao menos ver se a água está um bocado mais quente”. A viver em Matosinhos, Sofia aplaude, no entanto, o projeto implementado pelo segundo ano consecutivo pela câmara de Gaia. “Acho que foi bem pensado. Não me lembro de ver uma piscina no meio da praia aquecida. Acho que nem existe. E para os miúdos é mais seguro do que irem para o mar”.
Como Diana, também Inês, de 8 anos, queria repetir a aventura, de que gostou “muito”, na piscina cavada no areal e revestida com tela. Mais velho quatro anos, o irmão, Diogo, também haveria de mergulhar. “Gosto muito. Só quando está muita nortada é que [a água] fica mais fria”, notava. Para o pai de ambos, Nuno Cerqueira, a primeira piscina de água aquecida do país “é uma forma de ir à água sem ser no mar frio”.
“Acabamos por usufruir de um espaço com piscina de forma gratuita. Mas vejo isto mais para as crianças do que para os adultos, porque para os mais pequenos é mais difícil ir ao mar”, refletia Patrícia Soares, mãe de Inês e Diogo, destacando que “é mais seguro nadar na piscina”. Além da nortada, o casal de Gaia atribuiu a pouca afluência à falta de divulgação da abertura do equipamento. “Houve mais divulgação no ano passado”, comparavam.
A monitorizar o espaço e a auxiliar os utentes com mobilidade reduzida estão dois elementos dos Bombeiros Voluntários de Coimbrões. Catarina Moura, que também estivera presente no dia da estreia da piscina, no ano passado, disse que o número de visitantes da manhã de hoje não teve paralelo com o de 2022. “O vento não ajuda, claramente”, observava. “No ano passado era novidade, e este ano é mais banal. E, comparado com o ano passado, hoje está muito vento”, reforçou. “Há pessoas que só entram para ir dar um mergulho e saem logo”, apontava, por outro lado, o bombeiro Rúben Lemos.