A Câmara de Gaia e o Jornal de Notícias juntam-se para promover o ciclo de<a href="/Dossies/dossie.aspx?content_id=4958780&dossier=Confer%eancias%20de%20Gaia" target="_blank"> Conferências de Gaia em 2016 e em 2017</a>, que visa contribuir para a reflexão estratégica sobre o posicionamento e a competitividade da região Norte na Europa.
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A primeira conferência, sob o título "As Vias do Noroeste", realiza-se na manhã do próximo dia 11 nas caves Ferreira, na Ribeira de Gaia. A mobilidade sustentável lança o espaço de reflexão, na certeza de que este "tema estratégico e multidimensional" se cruza com a reabilitação urbana e com a discussão sobre as prioridades de investimento do novo Quadro Comunitário de Apoio.
"Estamos a sublinhar a necessidade estratégica de assumir os transportes como uma forma de desacantonar a região da lógica periférica que a caracteriza. Não podemos ter a Galiza a desenvolver-se a uma velocidade enorme nas rodovias e, sobretudo, nos caminhos de ferro e nos aeroportos e deixar a região Norte ficar para trás. Não é investir em betão, é investir de forma inteligente em estratégias de mobilidade sustentáveis e ecoeficientes. Aí há duas áreas fundamentais: o alargamento da linha do metro e o comboio", argumenta Eduardo Vítor Rodrigues.
Em entrevista ao JN que será publicada no dia 2 de janeiro, o presidente do Município de Gaia defende, por isso, a reprogramação do Quadro Comunitário de Apoio, para que os fundos comunitários possam apoiar investimento reprodutor de riqueza.
"É evidente que houve equívocos devido a um excessivo centralismo e a uma excessiva crença de que o Quadro Comunitário de Apoio seria mais bem gerido por empresas do que pelos municípios", entende o autarca, lamentando o empobrecimento socioeconómico e político da região, ao qual não foram alheias a transformação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) numa "correia de transmissão do Poder Central" a norte e a dificuldade de afirmação do Conselho Metropolitano do Porto.
"A CCDR-N, um instrumento institucional que repercutia, de forma organizada, a voz dos autarcas e das elites regionais junto do Poder Central numa lógica de contrapoder, transformou-se num braço do Governo na região a impor de forma unilateral. É exemplo o que aconteceu com o Quadro Comunitário de Apoio em que os autarcas foram postos perante factos consumados com uma margem de discussão muito reduzida", sustenta Eduardo Vítor Rodrigues, certo de que há elites e outras "forças" que podem projetar a região Norte, afirmando um pensamento "construtivo e atuante".
O ciclo de Conferências de Gaia, que arranca no dia 11 de janeiro, tem expressão no policentrismo, em alternativa à velha dicotomia norte-sul. O primeiro debate em torno dos transportes permite refletir, também, sobre a reabilitação urbana, "para a qual a mobilidade sustentável tem um papel absolutamente decisivo". O primeiro-ministro António Costa participará no debate, que será aberto pelo diretor do Jornal de Notícias, Afonso Camões, e encerrado pelo presidente da Câmara de Gaia. Entre os oradores convidados, destacam-se Carlo de Grandis, coordenador na Direção Geral para a Mobilidade e dos Transportes da Comissão Europeia, Ricardo Rio, presidente do Município de Braga e da Comissão Executiva do Eixo Atlântico, e Xoan Mao, secretário-geral do Eixo Atlântico.