A Carris Metropolitana apresentou, esta terça-feira, a nova aplicação da empresa, que permitirá ver onde estão os autocarros em tempo real e criar alertas personalizados. A empresa anunciou ainda que a procura aumentou 30% no último ano, tendo a Moita sido o concelho "com mais crescimento".
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A nova aplicação da Carris Metropolitana, que começará a funcionar na próxima quinta-feira, vai permitir aos utentes obterem informações das linhas em tempo real, como o número de passageiros que o autocarro transporta, e uma experiência "mais personalizada" com alertas, avisos, e "notificações inteligentes".
"Vamos conseguir ver se o autocarro está a chegar ou não e tomar decisões com base nisso. A aplicação vai avisar-me quando o autocarro estiver a 500 metros ou a um quilómetro da minha paragem, vai enviar-me uma notificação", explicou João Vasconcelos, da Carris Metropolitana, acrescentando que haverá "alertas" sobre sinistros ou outros incidentes que possam perturbar a circulação dos autocarros.
"Sempre que existir um aviso em tempo real de uma paragem que coloquei nos "favoritos" vou receber uma notificação a dizer que há um atraso na linha, houve um acidente na estrada ou a estrada está em obras", exemplificou na conferência de imprensa organizada pela Carris Metropolitana, esta manhã de terça-feira, em Lisboa.
A app vai disponibilizar ainda informações sobre as condições de acessibilidade das paragens e notícias sobre "reforço de horários, alterações da rede, informações sobre tarifários", entre outras. Com o intuito de continuarem a melhorar o serviço, existirão ainda "mini questionários" por cada paragem "para percebermos qual o feedback dos nossos passageiros, se a informação está correta ou não", referiu ainda João Vasconcelos.
Rui Lopo, administrador da Transportes Metropolitanos de Lisboa, explicou que a possibilidade de se ver se o autocarro "está atrasado e qual a lotação", vai colocar "mais pressão aos operadores para cumprir horários", uma das principais reclamações dos passageiros nos últimos anos.
Aumento da procura
A empresa anunciou ainda que a procura pela Carris Metropolitana aumentou 30%, no último ano, e que espera atingir "no final deste ano mais 20% de procura do que em 2019". "Vamos aproximar-nos dos 700 mil passageiros no final do ano", assegurou Rui Lopo, frisando que "hoje o serviço é melhor" e que terminaram o mês de agosto com "12 milhões de passageiros".
"Entre janeiro e maio deste ano, temos concelhos cujo crescimento foi acima dos 30%, tendo a Moita sido o concelho com mais crescimento em procura, de 38%. Sintra também teve um crescimento gigantesco neste primeiro semestre, aumentamos o número de passageiros, mais meio milhão de pessoas num ano, e dois milhões e 500 mil pessoas só em maio deste ano", revelou.
Rui Lopo lembrou que "por dia circulam 1700 autocarros, conduzidos por mais de três mil motoristas e transportando 620 mil passageiros, tendo chegado aos 650 mil em pico", mas admitiu que serão "muitos mais" a circular nas 730 linhas.
Centenas de reclamações diárias
Apesar dos dados positivos, a Carris Metropolitana ainda recebe "centenas de reclamações" diariamente. "As reclamações são 1% dos 23 mil serviços [de autocarros] que fazemos, ou seja, dois milhões de pessoas que reclamam. São muitos serviços que todos os dias podem falhar. São centenas de pessoas que todos os dias reclamam", informou Rui Lopo, acrescentando que "a pressão é grande". "Temos 26 lojas e três pontos de atendimento e só entre o dia 1 e ontem atendemos mais de 30 mil pessoas nas lojas. Foram feitos 40 mil carregamentos na nossa app, é mesmo muita gente", frisou.
Desde que a Carris Metropolitana começou a operar na Grande Lisboa, várias paragens de autocarros ficaram sem horários em papel, o que tem gerado várias queixas por parte dos utentes, mas a empresa garante que "não abdicou de ter horários nas paragens" e que vai corrigir a situação "aparentemente tão simples".
"Vamos repor os horários em papel o quanto antes, mas essa obrigação está do lado dos operadores e nós pressionamos-os muito para o fazerem, mas percebemos que o processo não é nada fácil. É logisticamente complexo, ajustamos horários todos os meses e todo esse processo tem de ser refeito em todas as paragens (12.500). Quando mudamos o horário de um autocarro, mudamos em todo o seu percurso", explicou, adiantando que hoje também há menos mão de obra para desempenhar esta tarefa.