As obras para uma nova escola básica com jardim de infância arrancaram em Setúbal com a previsão de acolher, já a partir do próximo ano letivo, 275 crianças.
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As obras incidem na Escola Básica 2 e 3 do Bocage, no centro da cidade, que vai ser ampliada para dar lugar a um novo centro escolar com novas salas para o ensino do 1º ao 4º ano e jardim de infância, respondendo assim à cada vez maior procura nos últimos três anos por filhos de imigrantes na cidade.
Durante a cerimónia de lançamento da primeira pedra da obra, na manhã desta terça-feira, António Caetano, diretor do Agrupamento de Escolas do Bocage, apontou para a dificuldade diária em acolher novos alunos imigrantes em turmas já lotadas e referiu que "este novo centro escolar, dotado das melhores e mais modernas condições, já não chega". O dirigente também registou que o aumento da população, a partir da pandemia, e a procura da escola por novos alunos, a ritmo anual, cifra-se nos 10%.
"O peso da imigração é bastante elevado no aumento da população. Temos todos os dias crianças a chegar de todos os pontos do mundo, acompanhadas das suas famílias, a inscrever-se na escola e temos noção que a tendência é para aumentar", afirma António Caetano. Há três anos existiam neste agrupamento 17 crianças com necessidade de aprendizagem de língua materna, número esse que aumentou para os 150 e, hoje, chega às 120 crianças com cinco anos em lista de espera para o pré-escolar.
A obra do novo Centro Escolar Bocage vai custar 5,3 milhões de euros, 2,3 milhões dos quais suportados pela autarquia de Setúbal e o restante pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Vão ser criadas oito salas de aula para 200 crianças no primeiro ciclo e três salas para o pré-escolar, com 75 crianças. André Martins, presidente da autarquia setubalense, aponta para o objetivo de "resolver problema do crescimento da população no centro da cidade", bem como o fim do regime duplo nas escolas, turmas de manhã e à tarde.
"Sabemos que tem havido crescimento da população que não está nos censos, mas existe no registo das crianças nas escolas desde há três ou quatro anos. A vinda de mais população para Setúbal tem sido positivo porque essas pessoas vêm para cá trabalhar em áreas onde há défice de mão de obra e criar riqueza no território", afirmou André Martins, que acrescenta que Setúbal tem tido um investimento privado notório. "O projeto da refinaria de lítio Aurora apresenta 300 novos postos de trabalho com profissionais de topo e a maior parte vem do estrangeiro".
A par da obra do Centro Escolar Bocage, o autarca aponta para a ampliação e construção nova de outras quatro escolas no concelho, cujas obras rondam os 80 milhões euros. Vão aumentar a capacidade das escolas e estão dependente da aprovação de projetos no âmbito do PRR. Em causa estão as Escolas Secundárias do Bocage e Sebastião da Gama e as EB 2 e 3 da Aranguez e Azeitão.