População de Paredes de Coura realça tempo e segurança, mas critica rotundas que atrapalham pesados.
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Uns aplaudem, outros ajuízam sobre a engenharia da estrada e alguns ainda nem estrearam a nova ligação de Paredes de Coura à A3 (autoestrada Valença-Porto), aberta à circulação há pouco mais de um mês. A variante, que custou cerca de 10 milhões de euros e liga o nó de Sapardos e o Parque Empresarial de Formariz, abriu a 24 de março, sem cerimónia (estava prevista para hoje com a presença do primeiro-ministro, António Costa, mas foi adiada). E era reclamada há décadas por políticos e população, em nome do progresso e do fim das viagens de curva e contracurva pela velha EN303.
Para ter a gente que já teve
Vítor Paulo Pereira, presidente da Câmara, acredita que além de ter aberto caminho a "investimentos importantes", como a nova fábrica de vacinas a inaugurar em breve, vai beneficiar o turismo e "até o festival de Paredes de Coura".
Mas nem todos os courenses gostaram de tudo o que viram. "Não concordo quando dizem que foi [construída] para a zona industrial de Formariz. A estrada passa a 50 metros da zona industrial e vem ligar mais perto do Taboão, onde fazem o festival. Por isso, é para o festival", opina André Carvalho. Concorda que a via rápida pode ser importante para que Paredes de Coura "volte a ter a gente que já teve", mas não passa ao lado das novas rotundas. "Não foram feitas para camiões. Tinham que ter espaço para os pesados circularem à vontade e não têm. Houve um que, um dias destes, não conseguiu passar", conta André.
A ligação com 8,8 quilómetros possui quatro rotundas. Segundo informação das Infraestruturas de Portugal (IP), três delas com "uma ilha central com 19 metros de raio e faixa de rodagem com 5,9 metros", e uma com "uma ilha central com raio de 10 metros e faixa de rodagem de 7,5 metros de largura".
Fernando Lino, proprietário do Nicos Bar, onde o JN encontrou André, junta-se à conversa, para concordar com o seu cliente: "Por um lado terem feito a estrada é bom para Paredes de Coura, mas por outro se calhar foi feita muito à pressa, por exemplo, na parte das rotundas. Pelo menos na primeira, de Paredes de Coura para baixo, acho que o engenheiro tirou mal as medidas". Fernando admite, todavia, que o novo acesso "corta tempo de percurso e tira os camiões da outra estrada".
Já Alexandrina Dias e Cidália Cunha, empregadas do café Courense, passam ao lado da nova via. Nenhuma delas a "estreou". "Nós é trabalho-casa, casa-trabalho. Para o festival é que vai ser bom. As pessoas não vão ter de fazer aquelas curvas todas", refere Alexandrina.