O polo da Universidade do Porto, prometido num acordo entre a Câmara de Matosinhos e a Petrogal, começará a ser construído em terreno fora da área da refinaria de Leça da Palmeira. É “a única parcela” que permite cumprir os prazos definidos pelo Fundo para uma Transição Justa.
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Apesar das divergências sobre como está a ser conduzido o processo da reconversão da refinaria de Leça da Palmeira, em Matosinhos, a Oposição da Câmara concorda com a doação da Galp de um terreno na Rua Belchior Robles (prometido ao Município há 25 anos) para a construção da primeira fase do polo da Universidade do Porto (UP), apesar de não pertencer ao complexo petroquímico. Esta é “a única parcela” que permite cumprir os prazos definidos pelo Fundo para uma Transição Justa, nota a autarca Luísa Salgueiro, já que não está contaminada. A verba total é de 60 milhões de euros.
As preocupações do vereador da CDU, José Pedro Rodrigues, assentam numa eventual alteração das regras atuais do Plano Diretor Municipal para responder ao resultado da negociação entre a Galp e o Município. No aditamento à agenda da reunião de ontem pode ler-se que, depois da elaboração do masterplan de acordo com os princípios definidos pela Autarquia, “o Município enveredará todos os esforços (...) para a conformidade da qualificação dos solos através de instrumento de gestão territorial”.
“Uma trapalhada”
Bruno Pereira, do PSD, entende que a verba deveria ser utilizada para a edificação do centro no interior da área da refinaria e questiona se estes princípios, apresentados na segunda-feira numa reunião, estão “em linha” com a Galp. António Parada descreve a situação como uma “trapalhada”. O vereador independente considera que o Município deveria “ter acautelado, antes da assinatura do protocolo”, que o terreno reunia as condições necessárias para o cumprimento do prazo estabelecido pelo fundo.
Inquérito de procura para a linha de Leixões
Durante a reunião de Executivo desta quarta-feira, o vice-presidente da Câmara de Matosinhos, Carlos Mouta, revelou que a Autarquia lançou, na semana passada, um inquérito aos trabalhadores das 2700 empresas do concelho que ficam a 750 metros da Linha de Leixões. O objetivo é perceber o potencial de procura daquele traçado ferroviário em percursos entre casa e o trabalho. Os inquéritos terminam a 30 de setembro.
Trata-se de uma forma de garantir que, uma vez reaberta a linha, não fecha "passados uns meses", como já aconteceu, notou o autarca.