<p>Quem acorre à Urgência do Hospital de Santo Tirso espera tempo de mais para ser atendido, denuncia o PSD. A culpa será do sistema informático que gere a triagem dos doentes e ao qual os médicos ainda não se adaptaram.</p>
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"O tempo de espera é horrível, extremamente exagerado, as pulseiras não correspondem ao tempo que está afixado no cartaz e o atendimento nem sempre é o melhor". Com a mãe "lá dentro há mais de três horas, a soro" e a aguardar a vez, Sara Lopes conta a saga vivida em Dezembro último: "Vim transferida de outro hospital, a soro, e esperei quase três horas e meia".
José Dias, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA), atribui este e outros protestos a "alguma dificuldade de adaptação" ao Alert, o programa informático que gere o método de triagem de prioridades de Manchester, adoptado pela Urgência de Santo Tirso em Outubro passado. "São processos que demoram tempo a implementar. Temos alguns médicos com mais de 50 anos, e os profissionais não estão habituados a trabalhar com esta tecnologia informática. É natural que se espere um pouco mais do que aquilo que se esperava", assume o médico.
Admite: "Não conseguimos, ainda, cumprir rigorosamente os tempos de espera". Desmente, contudo, a denúncia da Concelhia social-democrata, que aponta "tempos de espera que chegam às 12 horas". José Dias acusa o PSD de "desconhecimento" e contrapõe que, em média, os doentes esperaram 95 minutos em Novembro e 88 em Dezembro.
Em Janeiro, atingia-se, até à penúltima semana do mês, 69 minutos. "Temos mais reclamações nesta altura do que tínhamos antes de colocarmos a triagem de Manchester, pois as pessoas têm agora uma maior noção do tempo de espera, e acabam por ter uma atitude mais crítica", explica José Dias.