Os 22 blocos de habitação social em não eram intervencionados desde que foram construídos, há quase 30 anos. Câmara quer melhorar condições dos moradores.
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O Bairro de Santiago, que é o maior complexo de habitação social da cidade de Aveiro, foi construído há cerca de 30 anos. Desde aí, nenhumas obras de melhorias foram efetuadas, nos 22 blocos habitacionais que são propriedade da Câmara. Ao ponto de haver apartamentos nos quais a água das torneiras saía amarela, devido à velhice dos canos. Recentemente, a Autarquia meteu mãos à obra. Doze dos blocos já estão a ser reabilitados e, para os restantes 10, na Rua Nova e Rua de Espinho, foi lançado na semana passada o concurso público para melhoria dos edifícios. No total, as duas empreitadas têm um custo total de 4,3 milhões de euros.
No coração da cidade, junto à Universidade de Aveiro, a um dos mercados municipais e a outros serviços, encontra-se o Bairro de Santiago. A intervenção cujo concurso público foi agora lançado abrange 10 blocos habitacionais do mesmo. Segundo a Câmara, os edifícios vão ser qualificados "para melhorar as suas condições térmicas e de eficiência energética, nomeadamente qualificando fachadas e coberturas, substituindo caixilharias e colunas de montante de distribuição de água".
"Obra complexa"
"Trata-se de uma obra muito complexa, principalmente no que diz respeito às colunas de montante, que levam a água aos apartamentos. Até porque tem que se compatibilizar com a presença dos moradores. Já há alguns anos, o anterior executivo camarário, liderado pelo presidente Élio Maia, tinha lançado um concurso para requalificar os blocos, mas não encontrou empreiteiro disposto a fazer o trabalho", adiantou ao JN Ribau Esteves, presidente da Câmara.
A empreitada vai custar quase três milhões de euros, que se juntam aos 1,3 milhões pagos pela requalificação que está em curso noutros 12 blocos. E prevê, ainda, que no interior dos apartamentos sejam qualificadas cozinhas em mau estado e a totalidade das redes de água, além da qualificação das redes de gás, com instalação das mesmas em habitações que não as têm.
A intervenção, cofinanciada por fundos comunitários, só deverá arrancar no prazo de cinco meses, contando que haja interessados no concurso. É que é a segunda vez que a Câmara lança um concurso público para essa obra. Em dezembro, o município revogou o contrato de empreitada, por mútuo acordo, com a empresa Xavieres Lda., por a mesma ter alegado estar com "graves dificuldades financeiras" e não ter condições para a realizar. A situação obrigou, por isso, a um novo procedimento concursal, que acabou por ser mais abrangente, uma vez que engloba mais dois blocos de habitação social.
Quando a obra estiver concluída, fica completa a qualificação dos 22 edifícios que são propriedade da Câmara. "Além do aspeto exterior, que fica visivelmente melhor, era necessário dotar as casas de condições", sublinhou Ribau Esteves.
Concluída "no final deste primeiro semestre"
A empreitada de requalificação dos primeiros 12 edifícios já se encontra em curso, mas o seu prazo de conclusão foi prorrogado, devido à situação que o país atravessa por causa da pandemia da Covid-19. No entanto, de acordo com Ribau Esteves, a mesma deverá ficar concluída "no final deste primeiro semestre". "O empreiteiro, mesmo com a situação atual, nunca parou de trabalhar. Apenas abrandou o ritmo, devido ao que está a acontecer no país", conta o autarca. O custo dessa obra, segundo Ribau Esteves, é de 1,3 milhões de euros. "Aproveitamos as oportunidades de financiamento de obras em favor daqueles que mais precisam", reforça a Câmara.
Detalhes
Início em 1983
O bairro começou a ser edificado em 1983, tendo ficado terminado entre o final da década de 80 e o início da de 90. Nasceu para dar resposta às necessidades habitacionais do município.
Privados
Nem todos os edifícios do bairro são propriedade da Câmara, apesar de a maioria ser. É uma das zonas com mais problemas sociais da cidade.
Blocos alvo
Os blocos que vão ser agora intervencionados ficam na Rua Nova e Rua de Espinho e são os números 1, 3, 8, 26, 27, 28, 31, 32, 33 e 34.