As nove pessoas que foram resgatadas do mar junto à foz do rio Ave, hoje ao final da manhã, em Vila do Conde, estão bem de saúde e deverão ter alta hospitalar ainda hoje.
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O grupo, todo do Clube Fluvial Vilacondense, estava a praticar caiaque quando foi arrastado pela corrente e ficou em apuros. Foram salvos por nadadores-salvadores, bombeiros e INEM. Há um alerta amarelo no mar, mas a prática de desportos no rio é permitida, mas “com bom senso”.
“À nossa chegada, deparamo-nos com um cenário de vários caiaques na água à deriva, várias pessoas também na água a tentar sair. Devido à forte corrente que se fez sentir no rio, um caiu à água e, depois, foi efeito dominó”, explicou, ao JN, o coordenador d’ Os Golfinhos – Associação de Nadadores Salvadores, Alexandre Galiza.
O alerta foi dado às 10.45 horas. O grupo de sete alunos e um professor estava na água, no rio Ave, numa aula de caiaque. Aproximou-se da saída da barra e acabou arrastado pela corrente em direção ao mar e à zona de rebentação. Depois de 45 minutos a lutar, sem conseguirem sair da água, foi chamada ajuda. Um outro atleta do clube, que estava na margem, tentou fazer-se à água para ajudar e também já não conseguiu regressar.
Cinco foram resgatados no rio, os outros quatro deram à costa na praia da Azurara. “Lá temos um nadador salvador em permanência [no âmbito do Serviço Anual de Assistência Balnear], que entrou na água e conseguiu ajuda-los a sair. Estavam exaustos. O professor era um dos que inspirava mais cuidados, porque estava em estado de aflição. Tentou fazer o que podia para salvar todos os seus alunos”, continuou a contar Alexandre Galiza.
Alerta amarelo só no mar
O distrito do Porto está em alerta amarelo devido à agitação marítima. Estão previstas ondas que podem atingir os cinco metros até às 6 horas de amanhã. Depois, o aviso passa a laranja, com ondas que podem chegar aos 11 metros.
Em Vila do Conde, a barra está fechada há vários dias e já um alerta da capitania para que se evitem idas a banhos e passeios à beira-mar. Ainda assim, explica a capitã de porto, Mónica Martins, “dentro do rio é autorizada a prática da modalidade”, mas “tem que haver algum bom-senso”.
O grupo, continuou a contar, “estava restringido a uma área pelo próprio clube, mas pela forte corrente acabou arrastado até à zona de rebentação”. Mónica Martins lança o alerta para que haja cautela.
Os sete alunos são todos rapazes, menores de idade. O professor tem 48 anos. O outro praticante cerca de 30.
No local estiveram a Polícia Marítima, os bombeiros, o INEM e as equipas dos nadadores salvadores “Os golfinhos”, bem como a Polícia Municipal de Vila do Conde e a PSP.
Cinco vítimas foram transportadas para os hospitais de São João, no Porto, Póvoa de Varzim/Vila do Conde e Pedro Hispano, em Matosinhos. Os menores apresentavam sinais de hipotermia e o professor tinha uma luxação num ombro. Os restantes quatro elementos não precisaram de assistência hospitalar.