Ação de limpeza em Mira de Aire, no concelho de Porto de Mós, recolheu depósito clandestino. Não há suspeitos.
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Há meses que um depósito de pneus ameaçava uma zona de floresta em Mira de Aire, em Porto de Mós, em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. A situação foi detetada no final do ano passado, mas só agora, com o flagelo dos fogos a assolar o país, se procedeu à retirada dos resíduos, com uma ação de limpeza promovida pela Junta, apoiada por voluntários. Da intervenção, resultou a remoção de 9,4 toneladas de pneus, encaminhados para uma empresa de reciclagem.
Alcides Oliveira, presidente da Junta de Mira de Aire, conta que o depósito foi descoberto "há uns meses", nas imediações de um caminho florestal, melhorado pela Câmara de Porto de Mós, no âmbito da criação de faixas de gestão de combustível para a prevenção de incêndios. "Arranjou-se o caminho para, em caso de fogo, facilitar o acesso aos bombeiros, mas alguém aproveitou para fazer este atentado ao ambiente", lamenta.
Segundo o autarca, quando detetou a situação, a Junta participou a ocorrência ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR, mas a investigação revelou-se "inconclusiva", não tendo sido identificado qualquer suspeito.
Falta de meios
O caso foi também comunicado ao Município, que alegou falta de meios para dar cumprimento à obrigação de remoção. "Tivemos, em determinado momento, dificuldade com recursos humanos, pelo que se adiou a limpeza", justifica Jorge Vala, presidente da Câmara, elogiando o "papel determinante" da junta e dos voluntários."Com os nossos meios, não conseguíamos realizar a intervenção com a eficácia e rapidez com que foi feita", assume.
Face ao "perigo" que a situação acarretava, a Junta pôs mãos à obra, mobilizando voluntários que procederam à limpeza do local e disponibilizaram viaturas de forma a encaminhar os pneus para "destino adequado".
O JN pediu esclarecimentos à GNR, mas não foi possível obter uma resposta em tempo útil. Ao que apurámos, não existe qualquer processo de contra-ordenação relativo a este caso.
As coimas variam entre 200 a 200 mil euros, quando os atos são praticados por pessoas singulares, e 2.000 a cinco milhões de euros, quando se trata de uma entidade coletiva.