D. Américo Aguiar, o novo bispo de Setúbal, tomou hoje posse na Sé de Setúbal e prometeu um contacto persistente com todas as instituições para lutar pela melhoria das condições de vida de todos: "Vou ser como a viúva do Evangelho, vou bater às portas até que digam para fazer como quero e não vos chatear."
Corpo do artigo
D. Américo Aguiar recordou o antecessor, D. Manuel Martins, originário de Leça do Balio, tal como ele próprio, e prometeu também lutar pelo bem-estar da população. "Seria festa se não estivéssemos a viver tempos de guerra desde fevereiro de 2022 e com o que está a acontecer agora no Médio Oriente. Não tomamos partido contra ninguém mas tomamos o lado da paz".
O novo bispo de Setúbal traçou o retrato da região durante a cerimónia de tomada de posse: "Temos grandes problemas em Setúbal e temos grandes soluções. Temos 900 mil pessoas que juntas conquistam o mundo e não podemos permitir que uma fique para trás".
D. Américo Aguiar referiu que a região é o espelho de todos os problemas e vantagens do país. "Temos bairros sociais, pobreza, mas se temos praias, empresas que contribuem tanto para o PIB em Setúbal, a população tem que viver bem, não pode sofrer", referiu aos jornalistas no fim da tomada de posse.
A proximidade com Lisboa, para D. Américo Aguiar, é prejudicial no que diz respeito ao acesso aos fundos comunitários para desenvolvimento da região. "Já foi decidido que a partir de 2027 Setúbal passa a ter uma nova forma de financiamento europeu, sem estar ligado a Lisboa, mas sabemos como estes fundos ajudaram a melhorar o país, sem que Setúbal beneficiasse deles", apontou.
D. Américo Aguiar deixou críticas ao Governo pelo mandato até agora cumprido: "Esperava-se que com uma maioria absoluta houvesse desenvolvimento, mas vemos apenas casos e casinhos que em nada acrescentam ao povo".
Questionado à saída sobre as declarações de António Guterres sobre o conflito israelo-palestiniano, o bispo escolheu tecer críticas à forma como as Nações Unidas lidam com os conflitos mundiais. "É preciso mudar a forma como a ONU atua, quando ouvimos que o Conselho de Segurança vai reunir, todos deviam temer sobre o que aí viesse, mas nada acontece", rematou.