A Câmara Municipal de Viana do Castelo aprovou hoje a abertura do concurso público internacional para a construção do novo mercado municipal da cidade, que ocupará o espaço do prédio Coutinho, demolido em 2022.
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A obra vai avançar com financiamento obtido através de um empréstimo contraído recentemente pela autarquia, no valor global de 14 milhões de euros, para comparticipar quatro obras. A maior tranche será aplicada na edificação do mercado, cujo custo está orçado em 12,6 milhões de euros (IVA incluído). O prazo de execução da empreitada é de dois anos (720 dias).
A obra, que será concretizada em pleno do centro histórico da cidade, constituiu justificação para a demolição do imóvel de 13 andares que acabou por ser executada pela sociedade Polis (Viana Polis) há dois anos.
“Estão reunidas finalmente as condições para execução do mercado e há questões de calendário”, afirmou o autarca Luís Nobre (PS), que face a questões da oposição sobre o momento de realização da obra, adiantou: “Tivemos que esperar pelos tribunais [processos de antigos moradores contra a demolição do prédio Coutinho]. E explicou ainda que a obra deve ser executada, uma vez que “a DUP (Declaração de Utilidade Pública) termina em agosto do próximo ano”.
De acordo com a última informação tornada pública pelo município sobre o projeto, o futuro mercado terá dois pisos e contemplará 28 lojas, 56 bancas de venda no interior e espaço exterior destinado a produtores locais. E ainda um parque estacionamento com 94 lugares e ligação em túnel a um outro parque existente nas imediações.
“Será o mercado mais caro do mundo, tendo em conta tudo aquilo que foi feito até agora”, afirmou o vereador do PSD, Paulo Vale, aludindo ao polémico processo e respetivos gastos, da demolição do prédio Coutinho, que demorou 22 anos a concretizar.
O vereador Eduardo Teixeira, Independente, criticou a forma de financiamento por empréstimo. “É para pagar por quatro gerações”, criticou.
Já Cláudia Marinho, vereadora da CDU, declarou: “O investimento tem de ser feito, achamos que é uma prioridade. [o mercado] Faz parte da história das gentes de Viana do Castelo”.
Um relatório sobre um estudo de análise do custo-benefício do futuro mercado municipal de Viana do Castelo, apresentado esta terça-feira na reunião quinzenal do executivo, indica que indica que “por cada 1 euro de investimento ocorrerá um aumento de riqueza de 1,11 milhões de euros, gerando potencialmente uma ‘taxa de retorno global ou social positiva’ do investimento”. E que o plano de ocupação, das diversas bancas e lojas do futuro mercado, prevê que a receita anual resultante da cobrança de taxas municipais será “de 296 mil euros”.
O futuro edifício vai nascer no espaço onde foi construído em 1975 e demolido em 2022, o prédio Coutinho, mas onde anteriormente também funcionou até 1965 o primeiro mercado municipal da cidade. O novo deverá agora ser construído “em 2025 e 2026”.