O centro de produção de Mangualde da Stellantis, antiga PSA, vai começar a fabricar carros da marca Fiat em outubro deste ano.
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O anúncio foi feito, esta quinta-feira, pelo CEO do grupo automóvel, Carlos Tavares, nas comemorações dos 60 anos da fábrica e na presença do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. A empresa já produz para as marcas a Citroën, Peugeot e Opel.
"A prova do sucesso dos veículos produzidos em Portugal será reforçada com uma quarta marca, a Fiat. A partir de outubro estas linhas de produção irão receber o novo Fiat Doblò", revelou o administrador.
Segundo Carlos Tavares, a unidade de Mangualde foi escolhida para este novo projeto devido à qualidade da produção. "Podia ter ido para outras fábricas, porque há outras fábricas que produzem este tipo de produto na Europa, mas veio para aqui porque a qualidade é a melhor a nível mundial", salientou.
Os investimentos em Mangualde não se ficarão por aqui. A fábrica já se encontra a preparar a entrada no setor dos carros elétricos, o que deve ocorrer até 2030. "O que está ainda em aberto é a data em que vai ser executado esse plano porque ainda há muitas incógnitas acerca da procura que os veículos elétricos vão ter", explicou, acrescentando que são ainda necessárias mais "energias limpas e infraestruturas de carregamento das baterias".
Marcelo Rebelo de Sousa já experimentou o novo Fiat Doblò, que a fábrica vai produzir, e até elogiou o novo veículo. Considerou que o fabrico deste quarto carro é uma "boa notícia" e destacou o facto de o investimento estar a ser feito "num momento de crise, de guerra e de pandemia".
Burocracia
O CEO da Stellantis, Carlos Tavares, queixa-se do "excesso de burocracia" em Portugal e classifica-a como "uma doença". "Há muitos projetos que podiam avançar muito mais rapidamente, há projetos que são abandonados porque há complicações burocráticas a mais", defendeu.
Em declarações aos jornalistas, o administrador disse ainda esperar que a crise dos semicondutores, que já levou a várias paragens da indústria automóvel, se estenda até 2023.