Surgiu a pedido do setor e promete acelerar tratamento de efluentes através de um evaporador solar.
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A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e uma empresa de Tondela desenvolveram um evaporador solar de efluentes resultantes dos lagares de azeite, que promete ampliar em mais de 200 vezes o processo que é feito atualmente em lagoas. Este novo sistema pode ajudar a acabar com os focos de poluição, nomeadamente o mau cheiro, provenientes da indústria do azeite.
O Ambivap resulta de "um pedido e de uma necessidade do setor" que até agora tinhas apenas como solução para as chamadas águas russas, a sua deposição em lagoas ou tanques. Era o sol, na primavera e no verão, que acabava com este resíduo através da evaporação. "Verificando todos os processos que existiam, confirmámos que o único que estava a ser utilizado de forma cabal por quase todas as unidades são as lagoas de evaporação", explica João Claro, professor auxiliar e investigador na UTAD.
Os investigadores avançaram então para a criação de um "sistema de aproveitamento da energia solar que acelerasse e aumentasse muito" o processo de vaporização das lagoas.
Em quatro anos surgiu o Ambivap, uma linha composta por pelo menos cinco coletores em série, que estão apontados ao sol. Essas estruturas, em forma de funil, recebem os efluentes, que com a ajuda da radiação solar acabam por evaporar. O sistema mecânico tem seguidores solares para otimizar todo o processo. Tal como acontece nos tanques, sem sol, não funciona. A grande vantagem é que multiplica essa vaporização.
"Se compararmos a área de exposição ao sol [das lagoas] e a evaporação que estamos a conseguir, estamos a aumentar 200 vezes ou mais", vinca João Claro.
O projeto piloto custou 380 mil euros, tendo recebido uma comparticipação de 75% do programa Compete 2020. O Ambivap está quase pronto para sair para o mercado, podendo custar 30 mil euros.
Cândido Roque Ferreira, proprietário da Tojaltec, em Tondela, a empresa que ajudou a desenvolver o evaporador solar, diz que a ideia agora "é apresentar o projeto às empresas" ligadas ao azeite, criando com elas o sistema no terreno ".