Encomenda da Marinha de seis embarcações traduzirá "regresso em força" da construção naval à cidade, com impacto económico no emprego, restauração e alojamento.
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Sandra Santos, do restaurante e residencial Santos, situados nas imediações dos estaleiros navais da West Sea, em plena ribeira de Viana do Castelo, rejubila com o cenário que lhe foi traçado no dia anterior por um cliente, "engenheiro" que trabalha naquela empresa. "Esteve aqui e disse-me: atenção que há muito trabalho para começar aqui em Viana do Castelo. E isto, a correr bem, vão ser mais quatro aninhos aí a bombar", conta Sandra, que se habituou desde muito jovem a servir almoços a trabalhadores do estaleiro, ainda no tempo da empresa pública, Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), que encerrou em 2014.
A firma do grupo Martifer, que detém agora a subconcessão de terrenos e infraestrutura dos antigos ENVC, acaba de assinar com a Marinha um contrato de 300 milhões de euros para construção de seis navios-patrulha oceânicos (NPO). Até agora, foi recuperando passo a passo a construção naval, que marcou várias gerações de trabalhadores na cidade, com reparações e construindo essencialmente navios-hotel para a Douro Azul, paquetes para a Mystic Cruises (de Mário Ferreira) e dois NPO, do conjunto de dez "patrulhões", que estavam previstos desde há duas décadas, quando Paulo Portas era ministro da Defesa.