A região da Beira Baixa passou de território de partida a recetor de novos residentes. Vêm maioritariamente da Europa, sobretudo do Reino Unido, mas também do Brasil e de países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) e alguns da Ásia.
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São os novos residentes dos oito concelhos (Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei e Vila Velha de Ródão), que já fazem diferença na variação demográfica da região.
O “raio-x”, feito à população imigrante pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco a pedido da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB), mostra que as motivações para se fixarem são distintas. Se há quem chegue para trabalhar nas indústrias, atividades rural e agroflorestal ou setor terciário, “essencialmente associado à prestação de serviços de apoio social”, também há imigrantes, sobretudo de origem europeia, que se radica nesta zona “à procura de padrões de vida alternativos, de bem estar e qualidade de vida”. Em seis dos oito municípios da região, a população britânica é dominante entre os estrangeiros. Só em Castelo Branco e em Proença-a-Nova é que o Brasil é o principal país emissor.
Disponibilizar casas
Há unanimidade na afirmação de que "a imigração já está a desempenhar um papel fundamental na revitalização demográfica e económica da CIMBB", mas para que a tendência se mantenha e se consolide é preciso avançar com os eixos estratégicos apontados pelo estudo. Desde logo ao nível do planeamento e coordenação intermunicipal, com "a criação de um plano estratégico intermunicipal para a imigração" ou "uma plataforma de monitorização e avaliação sobre a evolução da imigração, com indicadores anuais".
As soluções passam, também, pela criação de um gabinete de apoio ao imigrante em cada município, por "desenvolver programas de habitação acessível para imigrantes" e por "implementar parcerias entre municípios e o setor privado para reabilitação de imóveis devolutos e sua disponibilização para novos residentes". A melhoria de infraestruturas de transporte e de mobilidade, a criação de um plano de inserção no mercado de trabalho, que inclua formação profissional gratuita e programas de estágios para imigrantes, incentivar a criação do próprio emprego e promover ações de prevenção e combate à exploração laboral, assegurando que os imigrantes têm os direitos protegidos, são outras medidas a implementar. Do mesmo modo, é imprescindível garantir o acesso destes cidadãos à saúde e à assistência social.
O estudo ressalva a importância de promover eventos interculturais e de sensibilização "para fortalecer a convivência entre imigrantes e a população local". Este estudo é, por isso, uma primeira fase, que tem de continuar a nível do acompanhamento e da atualização de dados.
Saber Mais
A crescer: A Beira Baixa passou de uma perda média a anual de cerca de 700 habitantes, para passar a ter um crescimento populacional anual desse mesmo valor.
Homens e jovens: Os novos residentes são sobretudo homens, jovens e que trabalham nos serviços, mas com medidas mais proativas de integração podem até ser promotores de emprego