<p>A Fajãzinha, na Flores, Açores, continua sem electricidade, após os deslizamentos de terras, causados pelo mau tempo que destruíram parte da freguesia. Veja o vídeo.</p>
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A electricidade só "dentro de dias" é que deverá regressar à Fajãzinha, localidade da ilha açoriana das Flores, isolada desde sexta-feira devido ao deslizamento de terras provocadas por chuvas intensas, anunciou hoje, domingo, a eléctrica regional EDA.
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Com o fornecimento de água e energia ecléctrica cortados desde as derrocadas, os cerca de setenta habitantes da Fajãzinha já passaram duas noites fora de casa, pernoitando, na sua maioria, no aldeamento turístico da Cuada.
"Não há memória de nada assim aqui na ilha", comentou ao JN, hoje, domingo, Verónica Furtado, presidente da Junta de Freguesia da Fajazinha. "E olhe que a população é, na sua maioria idosa, e sempre viveu aqui", acrescentou, sublinhando que deslizamentos de terras são muito raros em toda a ilha das Flores, ao contrário de outras no arquipélago.
Verónica Furtado, que se encontra na localidade juntamente com elementos da Protecção Civil e PSP, a par de alguns populares que colaboraram nas tarefas de limpeza das casas atingidas pela lama, adiantou que, durante o dia de hoje, elementos das famílias desalojadas voltaram às suas habitações para retirar sobretudo alimentos congelados que possam ainda ser recuperados se transferidos para equipamentos de outras localidades, onde não se registam problemas ao nível do fornecimento de energia eléctrica.
Entre os cerca de 70 desalojados pelo mau tempo passaram a noite no complexo turístico, o sentimento é ainda de grande incerteza, sobretudo para duas famílias cujas casas ficaram quase totalmente submersas pela lama. "Estas são as habitações realmente em risco, as que preocupam mais e cujos proprietários estão naturalmente mais transtornados", confirmou a autarca, que acompanhou os trabalhos de limpeza que decorreram durante toda a tarde.
A par destes dois casos, há pelo menos mais cinco ou seis habitações com estragos consideráveis, provocados pela lama que inundou o interior e estragou mobiliário e outros bens. De acordo com Verónica Furtado, apenas três a quatro casas terão sido mais poupadas, uma vez que no interior entrou apenas água e não lama ou pedras.
"O susto foi grande. Estamos habituados a muita chuva, mas nunca com esta força. As pessoas estão naturalmente inquietas, mas o pior já terá passado", admitiu a presidente da Junta de Freguesia, que confirmou que a melhoria do estado do tempo durante todo o dia de hoje veio facilitar os trabalhos de limpeza das moradias invadidas pela lama e permitiu, por outro lado, a criação de uma via de acesso alternativa à localidade.
O presidente da Câmara das Lajes das Flores, João Lourenço, prevê, porém, que só na segunda-feira seja possível restabelecer o acesso regular de viaturas à Fajãzinha.
A empresa EDA referiu que a rede eléctrica da localidade sofreu "graves danos, designadamente ao nível dos seus apoios".
Face aos prejuízos registados e às dificuldades operacionais causadas pelas limitações nas vias de comunicação da Fajãzinha, a regularização do fornecimento de electricidade prevê-se que "possa ocorrer durante a próxima semana", adiantou a eléctrica regional.
*com Lusa