Mal acordou, Diogo, 11 anos, foi logo espreitar à janela. E sim, confirmou-se o desejo da véspera: "Uma grande nevada". Foi acordar o irmão mais velho, Mário, vestiram-se e foram jogar à bolada para a rua. Os rapazes de Vilar de Perdizes estudam em Montalegre, mas desde segunda-feira à tarde não houve aulas para ninguém. Coisa normal neste concelho barrosão onde a temperatura é sempre mais baixa do que nos restantes concelhos transmontanos e onde a neve aparece com frequência.
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Diogo e Mário não tardaram a ter companhia. De outras casas no Bairro da Lage saíram Pedro, Isaac, Bendita e Laura. Todos fascinados com a neve, alguns deles nunca tinha visto tanta. O caso de Laura, que tem 10 anos. "Nunca tinha visto uma nevada assim, mas minha mãe contou-me que antigamente nevava muito mais".
Com seis crianças o jogo da bolada ganhou dimensão, mas depois fartaram-se e foram fazer um boneco de neve. Ou melhor, dois. Só que o mais pequeno foi destruído e só o mais forte resistiu. Há-de aguentar um par de dias. "Foi uma experiência muito boa fazermos um boneco todos juntos", disse Mário, que, segundo Isaac, foi "o que teve mais pontaria nas boladas".
Devido à queda de neve e à falta de segurança nas estradas, tal como em Montalegre, esta quarta-feira também não houve aulas em Vila Pouca de Aguiar. Em Boticas não se realizaram os transportes escolares, mas a escola da vila permaneceu aberta, e em Ribeira de Pena só não houve aulas para os alunos das zonas altas de Alvadia e Canedo.