O incêndio que lavra em Águeda, o mais preocupante no distrito de Aveiro, está "muito violento" e a afetar algumas populações. Dezenas de bombeiros têm estado a ser socorridos na Urgência com problemas oculares.
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"Aquilo que nos levanta mais preocupações, neste momento, é o incêndio de Águeda. Está muito violento. O vento durante a noite foi extremamente forte e, portanto, estamos com algumas dificuldades em controlar aquela frente", disse o segundo comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Mário Silvestre.
O responsável, que falava durante uma conferência de imprensa sobre os incêndios no distrito de Aveiro, pelas 12.30 horas, no centro de comando distrital, em Oliveira de Azeméis, referiu que as perspetivas para as próximas horas em Águeda são "complexas", dando como certo que algumas populações "serão afetadas".
Mário Silvestre disse ainda que as pessoas foram alertadas para salvaguardar as suas habitações e adotarem comportamentos de prevenção. "É também o repto que deixamos a todas as populações que possam vir a ser afetadas por incêndios, que tenham o cuidado de fechar portas, janelas, que tapem as frinchas das portas para que o incêndio não entre dentro das casas. Nós temos registos de casas que arderam, no meio de aglomerados urbanos, devido a partículas projetadas", disse o responsável.
No que toca aos meios no terreno, o comandante disse que, neste momento, são "suficientes", adiantando que estão a reposicionar os meios das outras frentes que "estão com menos pressão", colocando-os na frente de Águeda. "Estamos a trabalhar incansavelmente, para tentar debelar o incêndio no mais curto espaço de tempo", disse, adiantando que não há alteração ao número de mortos e feridos neste teatro de operações.
Bombeiros acorrem à urgência com problemas oculares
"O Serviço de Urgência Básica de Águeda está a dar apoio a dezenas de bombeiros atendidos com prioridade, que procuram ajuda no sentido de ultrapassar, sobretudo, inflamações e irritações oculares, estando a ser disponibilizados colírios e lágrimas artificiais", descreveu hoje a Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro.
No balanço do período entre as 8 e as 12 horas, nos hospitais e unidades de saúde da região, a ULS RA refere ainda que na Urgência do Hospital de Aveiro foram recebidos três doentes com sintomas decorrentes da exposição ao fogo e quatro doentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) agudizada.
Na Urgência Pediátrica, "não há episódios relevantes a retratar", esclarece aquela entidade, confirmando que os doentes triados com pulseiras azul e verde continuam a ser encaminhados, para o Centro de Saúde de Aveiro.