"O Governo é o pior senhorio do país". Porta a Porta sinaliza imóveis públicos devolutos em Portugal
O edifício de uma antiga residência feminina na Avenida Conde Carreira, em Viana do Castelo, será o local da próxima ação da campanha nacional do movimento Porta a Porta, que reivindica mais casas públicas, chamando a atenção para imóveis públicos devolutos em todo o país.
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A iniciativa, que arrancou no dia 25 de janeiro, no Porto, e terminará a 25 de fevereiro, em Lisboa, com uma concentração junto ao antigo Ministério da Educação, na Avenida 5 de Outubro, pretende passar pela maioria das capitais de distrito.
Segundo André Escoval, porta-voz do "Porta a Porta - Casa para Todos, movimento pelo Direito à Habitação", a seguir a Viana do Castelo, esta quinta-feira, estão previstas concentrações no dia 9 em Leiria, 14 em Beja, 15 em Aveiro, Coimbra e Guarda.
"Os nossos objetivos estão a ser alcançados porque estamos a por na ordem do dia aquilo que é a solução estrutural e que ninguém toca no problema. Tivemos agora o Governo a reprogramar o PRR e onde é que o Governo foi sugerir a Bruxelas cortar verbas? Foi exatamente na Habitação e na Mobilidade", afirmou André Escoval, destacando "a necessidade de denunciar o património público do Estado devoluto e exigir que nele se intervenha, no sentido de criação de mais fogos públicos".
Mais uma vez, a ação que se realizará em Viana do Castelo, cerca das 17.30 horas, na Avenida Conde Carreira, pretende "chamar a atenção para o estado de abandono dos edifícios, demonstrando que há património público subaproveitado e insistindo para que se amplie o número de casas públicas no nosso país".
"É um imperativo nacional. Nós não podemos continuar a querer resolver o problema da habitação sem que o Governo tenha uma postura ativa na sua resolução e que tem de ser na criação de habitações que se destinem à morada própria e permanente das famílias e de todos os que cá vivem e trabalham", disse André Escoval, lamentando que o Estado desconheça a dimensão do seu próprio património.
"O Governo é o pior senhorio do nosso país. Nem o próprio sabe dizer quantos imóveis devolutos tem e quantos é que poderiam ser transformados de imediato para serem disponibilizados. Nós com esta campanha também estamos a ajudar o Governo a relembrar-se de quais os imóveis que tem devolutos e que poderia no imediato intervir e colocá-los à disposição como habitação", concluiu.