"É fantástico! Não há palavras". Com a adrenalina estampada no rosto, Xavier Costa prepara-se para a prova; esquecendo o calor, veste o fato de cenoura e entra dentro do carro em forma de coelho, um dos 23 que ontem participaram na 2.ª Descida de Carros Artesanais do "Laundos em Movimento", organização da Fábrica da Igreja Paroquial de Laundos, Póvoa de Varzim.
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Do Shrek ao Parque Jurássico, passando por pipas de vinho, vacas loucas ou grandes e estranhas aranhas, tudo serviu para, dando largas à criatividade, recriar formas fantásticas nos carros artesanais a concurso, este ano subordinado ao tema da biodiversidade.
"Foi uma aventura que me quebrou a cabeça muitas vezes", explicou Isac Ferreira, dentro da vaca louca que, ainda no parque de estacionamento, mugia ruidosamente, esguichando água, arrancando gargalhadas a miúdos e graúdos. O carro levou-lhe um ano inteiro a concluir, construído aos bocadinhos, no fim do trabalho. "Foi tudo fabricado por mim, com restos de materiais que tinha, bocados de ferro, etc.", diz, com orgulho.
Para Paulo Marques a tarefa foi mais fácil: "A estrutura foi aproveitada do ano passado e foi só jogar com o tema da biodiversidade", contou ao JN enquanto vestia a pele do paleontólogo do Jurassic Park, com um dinossauro em ferro pendurado a espreitar atrás do banco do condutor.
"O primeiro objectivo da iniciativa é juntar as pessoas e criar um ambiente sadio de convívio e, adicionalmente, estamos a angariar fundos para obras de restauro da igreja", explicou Luís Ramos, da organização do "Laundos em Movimento", que este ano se realizou pela segunda vez, juntando na pequena freguesia poveira, ontem à tarde, largas centenas de pessoas para assistir a um dos pontos altos do programa: a Descida de Carros Artesanais.
A prova, durante a qual os concorrentes percorreram, por duas vezes, cerca de 600 metros do Monte de S. Félix, em Laundos, premiava a caracterização do carro, a caracterização do piloto e os tempos efectuados na descida. Houve prémios ainda para o carro mais ecológico a concurso.
A ideia, explicou ainda Luís Ramos, é repetir todos os anos a iniciativa, angariando fundos para a freguesia, seja para instituições, escuteiros, obras de restauro da igreja ou outros fins.