Jorge, Tomás, Gabriel e João. Estes são os nomes do quarteto fantástico que trouxe um recorde do Guinness para a Maia e depois o "caneco" europeu em ginástica acrobática.
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Todos competem no escalão júnior, representam o Acro Clube da Maia, treinam quatro a cinco horas diárias e não estão acomodados: querem novos feitos! Para o Guinness, nas sessões caseiras, até tinham conseguido fazer 16 mortais seguidos em pirâmide, mas 14 chegaram para alcançar o recorde, em Milão, Itália. Os promotores do evento, o Canal 5, da Mediaset, ficaram encantados e a plateia tributou-os em igual medida. De proeza em proeza, seguiu-se o título europeu, no Luxemburgo, para gáudio dos familiares que os acompanharam e da efusiva comunidade emigrante.
Curiosamente, no meio disto tudo, uma das coisas mais difíceis foi guardar o segredo do recorde do Guinness. É que o programa televisivo foi gravado em fevereiro, mas só foi exibido e tornado público no mês passado. Os quatro deixaram, então, de passar incógnitos e levaram em cima com os holofotes da fama. Nomeadamente, por parte daqueles que os seguem, seja na escola ou no clube, o Acro da Maia, uma autêntica fábrica de campeões, já com outros nomes trazidos para a ribalta.
São mais de 400 os ginastas que colocam a coletividade num frenesim. O JN foi ao encontro do quarteto num dia de semana e num final da tarde, quando instalações, como é comum, estão repletas de juventude, predominantemente feminina. Os campeões Jorge, Tomás, Gabriel e João vêm ao nosso encontro envergando calções, camisolas e meias, nada de capas de superheróis, portanto, mas nos exercícios, para a foto, até pareciam ter asas.
"A ginástica sempre foi o desporto que mais me cativou. Este é um clube com provas dadas, daí a minha escolha. Toda a gente ficou orgulhosa, foi fantástico!", exclama Jorge Silva, de 17 anos e do Porto. Ao seu lado, o maiato Tomás Martinho, também de 17 anos, concorda: "Tentei o futebol, o voleibol e a natação, mas esta é a minha paixão. E esta é a nossa casa. Os professores deram-nos os parabéns. Com aulas e treinos, só sobra tempo para estudar à noite e ao fim de semana".O discurso de Gabriel Vilela, da mesma idade, mas de Gondomar, não diverge. Está no Acro há um ano e meio e é por aqui que quer prosseguir.
João Samico é o mais novo: tem 13 anos e chega de Ermesinde (Valongo). É o benjamim: começou aos cinco a praticar ginástica, aparenta estar sempre bom disposto e dele dizem ser um bom garfo. Tem 13 anos e pesa cerca de 40 quilos. Por ser o mais leve, fica no cimo da pirâmide nos exercícios. "Todos nos felicitaram. Foi maravilhoso. É um desporto divertido, que faz bem ao físico e à mente, e em que ainda criamos laços", resume, a lembrar o sucesso perante as câmaras do Canal 5, depois difundido em Portugal pelas redes sociais, e a retratar o ambiente vivido no Acro. Para a aventura em Milão, o staff de apoio contou, entre outros, com treinador, coreógrafa (também uma costureira que tratou dos fatos para competir), corpo clínico e tradutor. A próxima escala será em Albufeira, no Algarve, para voar o mais alto possível nos Campeonatos Nacionais. A moral está em máximos.