O Salão Erótico do Porto, que decorre entre esta quinta-feira e domingo na Exponor, em Matosinhos, limitou as entradas diárias para quatro mil visitantes e exigiu aos artistas estrangeiros análises comprovativas de ausência do Covid-19.
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"Quando, na sexta-feira, nos apercebemos da chegada do coronavírus a Portugal, falámos com as autoridades de saúde sobre a questão para perceber se havia ou não condições para realizar o evento. Foi-nos garantido que sim, até porque procedemos a algumas alterações em matéria de higiene, prevenção e de presença de público no recinto", disse à agência Lusa o diretor do Eros Porto, Juli Simon, explicando os procedimentos adotados.
Assim, o número de pessoas que limpa o recinto foi duplicado e cada expositor terá de limpar o seu stand três vezes por dia, sendo que há uma equipa médica disponível para qualquer pessoa que se sinta mal. O número de participantes que a feira pode receber foi reduzido em metade, de oito para quatro mil pessoas, decisão coordenada com a Administração Regional de Saúde do Norte. Quanto aos artistas que vão atuar, e que vêm do Brasil, Espanha, República Checa e Hungria (artistas que vinham de zonas de risco foram suprimidos), ser-lhes-é exigida uma análise feita na quarta-feira que comprove que não estão infetados.
"Fizemos um esforço para que a segurança seja absoluta e se possa desfrutar de um evento de forma divertida, em que todos saiam da mesma forma que entraram ou, talvez, um pouco mais felizes", disse o responsável, estimando que, este ano, o evento receba menos de 20 mil visitantes, número registado no ano passado.
Não vai ter qualquer influência na indústria do sexo
A participar no evento, a atriz pornográfica Sílvia Rubi defendeu que, mais preocupante que o Covid-19, é fazer sexo sem preservativo e não fazer testes com regularidade para verificar se se contraiu "sida, hepatite ou sífilis". "Parece-me muito mais importante que as pessoas tenham consciência destas doenças, muito mais que do coronavírus", insistiu a atriz espanhola, para quem a chegada do Covid-19 "não vai ter qualquer influência na indústria do sexo".
Os stands da Associação para o Planeamento da Família (APEF) e da Associação Plano I marcam presença no salão apenas com informação, informou o coordenador regional da APEF, Nuno Teixeira. A única presença física ocorrerá no domingo para uma palestra sobre o tema "Pornografia e erotismo - fronteira entre o lícito e o ilícito", revelou.