Obra de 32 milhões de euros para melhorar tráfego na Linha de Leixões arranca em 2026

Empreitada terá início durante o primeiro semestre do próximo ano
Foto: José Carmo / Arquivo
As obras de 32 milhões de euros para melhorar a Linha de Leixões para mercadorias vão arrancar no primeiro semestre de 2026, e causarão "constrangimentos temporários na operação" da via, que conta com serviço de passageiros desde fevereiro.
Corpo do artigo
"Estima-se que a empreitada possa ter início durante o primeiro semestre do próximo ano", pode ler-se numa resposta da Infraestruturas de Portugal (IP) a questões da Lusa sobre as obras de 32 milhões de euros para aumentar a capacidade de tráfego ferroviário que chega ao porto de Leixões, em Matosinhos.
Sobre se a execução da obra trará condicionamentos ao serviço de passageiros na linha, que reabriu em 9 de fevereiro, fonte oficial da IP refere que "a execução de uma obra desta envergadura implica, para garantir o bom desenvolvimento dos trabalhos e a segurança de trabalhadores e utilizadores da via, constrangimentos temporários na operação".
"Os trabalhos serão articulados com os municípios abrangidos [Porto, Gondomar, Maia e Matosinhos] procurando minimizar, na medida do possível, os condicionamentos", refere a IP.
A IP revelou ainda que já assinou o contrato da empreitada, que abrange a "reformulação do conjunto de vias de entrada e saída do Terminal de Leixões" e a "adequação das vias de resguardo, que permitem o estacionamento temporário e o cruzamento de comboios, nas estações de Contumil e de São Mamede de Infesta, garantindo condições para a operação de comboios com até 750 metros úteis de comprimento".
Também terá lugar a "beneficiação da catenária em toda a extensão da Linha de Leixões", a "reformulação de três salas de equipamentos de telecomunicações existentes e a construção de um novo edifício técnico em Leixões" e ainda a "instalação de cinco novas torres de telecomunicações GSM-R".
A IP destaca ainda "intervenções de reforço da segurança das acessibilidades locais e no atravessamento da Linha de Leixões, com a supressão de três passagens de nível rodoviárias e de dois locais de atravessamento pedonal".
No concelho da Maia, a obra prevê "a construção de uma passagem inferior rodoviária em São Gemil, que se constituirá como alternativa de atravessamento à passagem de nível (PN) ao Km 6,429 e à PN da Concordância de São Gemil, as quais serão suprimidas", "a construção de uma passagem superior pedonal ao quilómetro 7,315 que viabilizará a supressão do atravessamento pedonal de nível existente neste local" e "a construção de uma passagem superior pedonal ao quilómetro 7,930 e supressão da PN aqui existente".
Já em Matosinhos, a intervenção inclui "a beneficiação da rampa e da via paralela à Estação de São Mamede de Infesta" e "a supressão da PN e da zona de atravessamento existentes neste local".
Para o presidente da IP, Miguel Cruz, "esta intervenção representa um passo decisivo no reforço da capacidade e eficiência da rede ferroviária nacional, contribuindo para consolidar o papel do Porto de Leixões, o segundo maior do país, como eixo logístico estratégico para a competitividade e capacidade exportadora das empresas portuguesas".
A empreitada não implica qualquer duplicação da linha nem está diretamente relacionada com a abertura da linha a passageiros feita em fevereiro.
"O desenvolvimento destes estudos e projetos associa-se ao objetivo do aumento da capacidade de tráfego, para comboios até 750 metros, de mercadorias na Linha de Leixões. Através da intervenção em pontos cirúrgicos pretende-se realizar uma renovação desta infraestrutura, com uma significativa influência no tráfego de mercadorias associada ao Porto de Leixões", pode ler-se nos documentos do projeto.
O montante de 32 milhões de euros, financiado por fundos europeus, para a empreitada é repartido pelos anos de 2025 (quatro milhões de euros), 2026 (16,8 milhões) e 2027 (11,2 milhões), segundo uma autorização de despesa da IP datada de abril de 2024.
