<p>A obra de alargamento da A3 pros-segue em Setembro deste ano. A Brisa prepara-se para criar a terceira via nos 12,5 quilómetros entre Maia e Santo Tirso, após ter aumentado a capacidade de circulação no sublanço de Águas Santas/Maia.</p>
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Há muitos anos que o alargamento é reclamado pelas câmaras da Maia e de Santo Tirso. O trânsito naquele troço tem aumentado substancialmente ao longo do tempo, penalizando a mobilidade dos condutores que a utilizam diariamente. Em 2009, o tráfego médio diário na zona ultrapassa os 49 mil veículos. A construção de mais uma faixa permitirá a circulação de mais de 10 mil viaturas por dia nesse sublanço.
A A3, que aproxima Porto de Valença, surge em terceiro lugar na lista das auto-estradas nacionais, concessionadas à Brisa, com maior receita de portagem. A Brisa arrecadou 582,6 milhões de euros com as portagens no ano passado, sendo que 8% foram na A3. À frente dela, só a A1 (a auto-estrada do Norte representa 41% da receita) e a A2 (17% na ligação entre Lisboa e o Algarve).
A concessionária decidiu lançar, no mês passado, o concurso público para a execução da beneficiação e do alargamento de duas para três vias naquele troço. O investimento estimado totaliza 48 milhões de euros. A empreitada entre os quilómetros 9,45 e 21,7 da A3 deverá arrancar em Setembro deste ano e prolongar-se-á por 20 meses. Só ficará concluída em Maio de 2011.
A obra, que incluiu a reformulação do nó de Santo Tirso e a edificação de uma nova praça de portagem com mais cabinas, contempla, ainda, a requalificação e o alargamento das oito passagens inferiores e do viaduto sobre a Ribeira de Covelas. As 10 passagens superiores serão demolidas e reconstruídas com maior dimensão, "adaptadas a um futuro perfil transversal de quatro vias", refere a Brisa, em resposta por escrito ao JN. Embora a empresa só pretenda abrir, para já, mais uma faixa, ficará reservada uma área para o futuro alargamento para as quatro vias entre Maia e Santo Tirso. Aliás, o sublanço Águas Santas/ /Maia passou a dispor, recentemente, de quatro vias.
A abertura do concurso público pela Brisa é aplaudida pelas câmaras da Maia e de Santo Tirso. "Finalmente, vai sair do papel. Já devia ter acontecido em 2002. É uma obra fundamental, porque o tráfego na A3 tem crescido muito. Os engarrafamentos são vulgares", assinala Castro Fernandes.
O autarca tirsense insiste, no entanto, numa reformulação mais profunda do nó de Santo Tirso, criando uma passagem desnivelada onde hoje existe uma rotunda. A solução não está incluída no projecto da Brisa.
"Aquele nó liga às estradas nacionais 104 e 105 com muito movimento e serve Santo Tirso, Trofa, Vizela, Famalicão, Lousada e Guimarães. A rotunda entope com o trânsito. É fucral que aquele nó fique beneficiado de forma definitiva", realça o presidente, sublinhando que o problema já foi colocado e obteve "boa receptividade" da Estradas de Portugal.
Também o presidente do Município da Maia, Bragança Fernandes, considera que deveria incluir-se mais uma intervenção na obra de alargamento deste troço da A3: o acesso à futura plataforma logística Maia/Trofa.
"Só tenho pena que não aproveitem este concurso para fazerem já os nós e os acessos à plataforma logística. Penso que poupariam dinheiro e não teriam de fazer, mais tarde, novas interrupção no trânsito", remata o autarca, na certeza de que a obra de alargamento é uma boa notícia para o concelho: "Como há muito movimento, é uma zona perigosa da auto-estrada. Registam-se desastres e engarrafamentos quase todos os dias. Vai resolver-se com a abertura de mais cabinas de portagem e com o aumento da capacidade de circulação".