Em torno do futuro Centro Hospitalar de Barcelos surgirá uma variante, ciclovia e 12 edifícios com 2745 apartamentos.
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O futuro hospital de Barcelos será a âncora de uma nova centralidade. O plano de pormenor para a zona envolvente do centro hospitalar, que servirá cerca de 150 mil habitantes, contempla a construção de uma variante, várias ruas, uma ciclovia e 12 edifícios, alguns com sete pisos, totalizando 2745 apartamentos, para além de estacionamento e espaços verdes. O autarca de Barcelos, Mário Constantino Lopes, fala de um projeto de “importância capital para a região” e nem a queda do Governo lhe retira o otimismo, lembrando que “é um processo que não pode parar, independentemente de quem vier a governar”.
Tudo vai mudar na entrada poente da cidade de Barcelos. Nos solos da Quinta de Santa Maria, que custou quatro milhões de euros à câmara, vai nascer o Centro Hospitalar de Barcelos, uma infraestrutura que prevê a instalação de 120 camas, seis salas de operações, 40 postos de recobro, 30 gabinetes de consulta externa e um centro tecnológico. Terá uma superfície útil de 28 827 metros quadrados (m2) e uma área bruta de construção de 55 mil m2, que inclui o edifício hospitalar e o estacionamento. Para servir o hospital, será rasgada a variante “urbana poente”, cujo concurso público para a construção deverá avançar “ainda este ano”, estando a autarquia a proceder à aquisição de terrenos adjacentes àquela quinta.
Empréstimo de 25 milhões
Para avançar com a obra, o município irá contrair um empréstimo de 25 milhões de euros, verba que também será utilizada noutras empreitadas. O autarca sublinha que o plano de pormenor para a zona (“que já vinha do Executivo anterior”, mas que foi validado pelo atual) “esteve em discussão pública e não houve qualquer sugestão, reclamação ou proposta”. Só a variante é da responsabilidade da autarquia.
“Tudo o resto será desenvolvido por promotores privados. Contempla zonas verdes, habitação, arruamentos e estacionamentos”, acrescenta Mário Constantino Lopes, antes de completar: O plano “teve, também, a aprovação unânime da Assembleia Municipal, o que é um sinal de total sintonia dos partidos. Nesta questão, houve sempre sintonia e um juntar de esforços dos partidos, porque todos percebem que é a obra mais necessária e importante para o nosso concelho”.
Por essa razão, o autarca rejeita o aproveitamento eleitoralista da construção do novo hospital. “Os mandatos são de quatro anos e gostaria, quando entrei em funções, que o hospital já fosse uma realidade. Acredito que, quem venha a seguir, vá ficar satisfeito se o processo já estiver em andamento”. A luta pela nova unidade começou há quase 20 anos e surgiu “como contrapartida” pelo fecho da maternidade de Barcelos. Mário Constantino Lopes tem consciência de que o novo hospital não terá maternidade. “Não há essa expectativa, mas terá valências muito importantes, tais como a geriatria, uma vez que temos uma população cada vez mais envelhecida, e com a saúde mental, que é importante reforçar e dar respostas”.