Os comerciantes da zona da rua Clemente Menéres, junto ao Hospital de Santo António, no Porto, estão desesperados, devido aos transtornos causados pela obra da Linha Rosa do metro. Esta terça-feira, a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, ouviu as queixas e prometeu enviar um requerimento para a Câmara, com propostas.
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Desde o início da empreitada da Linha Rosa, na zona do Jardim do Carregal, que os comerciantes e residentes se têm queixado das limitações no acesso à rua Clemente Menéres.
De acordo com Alexandre Santos, lojista, "desde agosto que a rua está completamente cortada e a única forma de aceder, de carro, é pelo túnel de Ceuta". Para além disso, continua, "não há forma de chegar até aqui, a pé, seja a partir das ruas D.Manuel II e Tiago de Almeida ou do Hospital Santo António".
O dia a dia é pesado e as obras estão a afetar famílias. Os fornecedores chegam tarde e os negócios têm sido prejudicados. "Temos um café que teve que mudar a porta para as pessoas entrarem. Temos um sapateiro e uma ervanária que estão completamente tapados por uma máquina e os restantes comerciantes foram afetados porque não chega uma única pessoa", afirmou.
Mário Silva, proprietário do Café Decomur, localizado "no meio do estaleiro da obra", afirmou não estar a faturar para pagar as despesas. "Estou aqui há 47 anos e, por este caminho, vou ter de fechar as portas", lamentou.
Perante este cenário, pedem que se criem condições para as pessoas chegarem àquele local e manterem o negócio aberto. Após contactarem a Metro do Porto, depois de ter sido cortada uma passadeira, impedindo a passagem de peões, a explicação foi que "todas as alterações do trânsito pedonal e rodoviário estavam relacionadas com a Câmara do Porto".
Da parte da Autarquia, "a resposta é sempre a mesma: foi assim que desenhamos a obra, é assim que vai ficar". Desta forma, recorreram à vereadora Ilda Figueiredo.
Segundo a eleita pela CDU, as queixas já foram transmitidas ao Executivo camarário. "Como não deram atenção nenhuma, decidi vir cá. Creio que não é correta esta atitude da Câmara do Porto", afirmou.
Como soluções para atenuar os constrangimentos, os comerciantes propõem a colocação de uma passadeira junto da obra e de semáforos na rua Miguel Bombarda para permitir que os carros circulem nos dois sentidos.
Na sequência da visita, Ilda Figueiredo manifestou a intenção de escrever um requerimento, que será enviado ao Executivo, dando conta das propostas.