A observação de golfinhos tende a aumentar nos meses de verão e, para preservar a espécie, o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) decidiu, pelo terceiro ano, proibir as embarcações de se aproximarem dos animais na foz do Sado e entre as 13 e 15 horas dentro do Estuário do Sado, em agosto.
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O aumento de embarcações significa um aumento do stress junto da população de roazes-corvineiros, única no país e que no ano passado perdeu quatro animais, um dos quais uma cria com um ano cujo cadáver não foi encontrado.
A zona de proibição estende-se da Doca dos Pescadores, em Setúbal, a Troia, na foz do Sado, até à praia da Figueirinha, na Serra da Arrábida. De acordo com ICNF, “estas medidas excecionais têm como principal objetivo reduzir a perturbação associada ao elevado número de embarcações e assegurar a movimentação dos animais na entrada do estuário, contribuindo assim para a proteção da população de golfinhos roazes do Sado".
Em 2024, morreram três de indivíduos adultos, com idade superior a 40 anos, e um uma cria com menos de um ano desta população de roazes-corvineiros residente no Sado, única no país e uma de três de que se tem conhecimento em toda a Europa. A decisão da proibição resulta das conclusões do Estudo de Reavaliação da Capacidade de Carga de Observação de Cetáceos no Estuário do Sado e zona marinha adjacente, realizado em 2022, no qual são propostas medidas para proteção da população residente, que conta atualmente com 25 indivíduos.
Ainda no sentido de proteger a comunidade residente de golfinhos no Estuário do Sado, foram estabelecidas regras para as embarcações de avistamento de golfinhos. Não podem estar mais que três em simultâneo, seguir à frente dos animais, ou ficar mais de 30 minutos nem se aproximar mais de 30 metros.