Ocupantes de centro de Arroios já saíram do prédio e vão pernoitar numa associação cultural
Cerca de uma dezena de seguranças privados entrou, esta segunda-feira de madrugada, pelas 5.00 horas, num edifício onde funcionava um centro de apoio a pessoas carenciadas, em Arroios, em Lisboa, para tentar despejar quem ali vivia.
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Os 20 ocupantes do Seara - Centro de Apoio Mútuo de Santa Bárbara resistiram, durante o dia inteiro e, só por volta das 21.00 horas, começaram a sair do edifício pacificamente. Foram identificados pelas autoridades, mas não receberam nenhuma indicação sobre o destino que vão ter. O JN sabe que alguns vão dormir nas instalações da associação cultural Regueirão dos Anjos, a 250 metros dali.
Apesar do protesto, que durou mais de 17 horas, não foi apresentada nenhuma alternativa habitacional para alguns dos sem-abrigo que ocupavam o edifício. O dia correu debaixo de uma forte tensão, com um cordão policial da PSP, uma carrinha do corpo de intervenção e mais de uma centena de manifestantes apoiados pelas associações Habita e Stop Despejos, ativistas e alguns deputados do Bloco de Esquerda em protesto no local. Por volta das 22.30 horas, o prédio começou a ser entaipado, debaixo de assobios de reprovação por parte dos manifestantes. No local, às 23.00 horas mantinham-se várias pessoas e o cordão policial não dava sinais de querer demover.
O edifício abandonado foi ocupado por um grupo de pessoas, no início de maio, que o transformou num centro de apoio e ajuda a pessoas carenciadas, incluindo pessoas em situação de sem-abrigo ou precariedade. No Seara - Centro de Apoio Mútuo de Santa Bárbara tinham acesso a vários serviços, como refeições, roupa e dormida.