A maioria dos funcionários judiciais do Tribunal de Braga concentraram-se esta segunda-feira, pelas 14 horas, em frente à entrada do edifício, em greve, entre as 13.30 horas e as 24 horas, por melhores condições de trabalho e de carreira.
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José Torres, do Sindicato dos Funcionários Judiciais, disse ao JN que a greve cancelou todas as diligências, incluindo a distribuição interna a um juiz das listas de candidatos às eleições legislativas de março, entregues esta manhã pelos partidos.
O sindicalista explicou que em causa estão reivindicações que se prendem com questões de progressão na carreira e de trabalho que já levaram à realização de greves prolongadas em 2023.
Referindo-se às condições de trabalho existentes na comarca de Braga, José Torres adiantou que o quadro legal de oficiais de justiça é de 535, mas estão 70 por preencher.
Salientou que há uma enorme necessidade de substituir todas as máquinas multifunções, já que as impressoras e os equipamentos de som estão obsoletos, as centrais telefónicas são deficitárias, e os digitalizadores precisam de renovação, com mais capacidade de resolução.
José Torres realçou ainda que o número de equipamentos telefónicos é insuficiente, havendo, neste setor, a necessidade de aquisição de gravadores digitais portáteis, de cadeiras ergonómicas e auscultadores com microfone para as telefonistas.
Acrescentou que é urgente mudar os computadores, uma vez que os existentes foram reaproveitados, havendo, também, necessidade de reforço da rede de intranet, já que a atual é muito lenta e não dá resposta às necessidades diárias de trabalho.
A manifestação contou com o apoio do candidato do Bloco de Esquerda pelo círculo eleitoral de Braga, Bruno Maia, que em declarações ao JN disse não ser admissível que os trabalhadores judiciais não tenham progressão na carreira há mais uma década e que o Governo não coloque jovens nos tribunais, onde há carência, como é o caso da comarca de Braga.
“É mais que justo que se faça justiça, a quem nela trabalha”, sublinhou.