Quando a olaria negra de Bisalhães foi integrada na lista do Património Cultural Imaterial da UNESCO, Vila Real teve de se comprometer a salvaguardar esta arte ancestral. Volvidos oito anos sobre a classificação, celebra-se a esperança da continuidade do ofício que recai sobre alguns jovens.
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Sara Marinho, de 33 anos, e Tânia Ló, de 37, frequentaram um curso de formação na área da olaria, ministrado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional. No curso, foi abordada a cerâmica moderna e a olaria tradicional, nomeadamente a de Bisalhães. "Comecei por experimentar e, rapidamente, se tornou uma paixão", recorda Sara ao JN, destacando a "forma como o barro é trabalhado, a criação das peças e o processo de cozedura".
As peças de barro negro de Bisalhães são cozidas em velhos fornos abertos na terra, onde são queimadas giestas, musgo e carquejas. Depois, são abafadas com terra escura, o que lhes confere a cor negra. Esta "arte bonita", como a descreve Sara, também cativou Tânia, que estava desempregada quando surgiu o curso. Porém, desde pequena que tem contacto com a olaria de Bisalhães, "uma área que queria mesmo experimentar".