O Município de Oleiros tem vindo a dotar o concelho de reservatórios de água, no âmbito da sua estratégia de Defesa da Floresta Contra Incêndios, tendo já 12 em funcionamento, dois em fase de conclusão e um outro em fase de implementação.
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Mas o objetivo é mais ambicioso e passa por criar uma malha que tenha um destes equipamentos por cada cinco quilómetros do concelho, facilitando ao máximo o abastecimento de água pelos autotanques e helicópteros.
Estas estruturas têm 3,39 metros de altura, cerca de 19 metros de diâmetro e uma capacidade de 786 metros cúbicos de água. São abastecidos pelas nascentes que existem no concelho e estão colocados em pontos estratégicos.
“Estes reservatórios, destinados a meios aéreos e terrestres, possibilita uma intervenção bem mais eficaz e atempada no terreno, algo que pode fazer toda a diferença na proteção da floresta, das propriedades e, num caso extremo, de vidas humanas”, afirma o presidente do Município de Oleiros, Miguel Marques, que está consciente da eficácia deste sistema, tanto que, pode vir a ser replicado por outros concelhos vizinhos.
O autarca concorda que este “não é um gasto, mas um investimento do Município, onde a floresta é a maior riqueza e tivemos o triste exemplo de há dias nos concelhos de Castelo Branco e Proença-a-Nova, em que ardeu uma área considerável, a rondar os sete mil hectares. Este é um investimento que estamos a fazer na defesa da floresta e dos proprietários, pelo que continuaremos a apostar neste e noutros equipamentos que permitam acautelar o maior risco que todos têm, que são à cabeça os incêndios”.
Cada reservatório tem, em média, um custo entre os 10 e os 15 mil euros, “mas tendo em conta a prevenção e o ganho que o concelho tem, é um investimento de baixo custo”. A comunidade também acompanha esta preocupação e estratégia, que “já vem do anterior executivo, liderado por Fernando Jorge, mas alguns proprietários, quando souberam a finalidade da cedência do espaço se mostraram disponíveis a colaborar para a colocação destes reservatórios no território”.
Água reaproveitada
Luís Antunes, comandante dos Bombeiros Voluntários de Oleiros e responsável pelo Serviço Municipal de Proteção Civil, explica que estes reservatórios “fazem o reaproveitamento de captações de água que não estão a ser utilizadas”. Além disso, a água que não é utilizada, volta ao depósito. “Ao construirmos os reservatórios, os mesmos ficaram preparados com uma coluna seca e uma boca para os carros poderem fazer descargas nesses, não só quando já não necessitam de gastar a água, mas também para ajudar a completar a capacidade do reservatório, porque é difícil que uma captação de água seja suficiente quando existe combate a um incêndio e abastecimentos mais frequentes”.
Para que um meio aéreo e terrestre abasteçam ao mesmo tempo, há pontos diferenciados. “No início não tivemos em conta que quando o meio terrestre estava a abastecer junto ao reservatório, por questões de segurança, o meio aéreo não podia abastecer, ou vice-versa”, recorda, esclarecendo que, além disso, “o ponto de abastecimento junto ao reservatório não tem pressão suficiente para um abastecimento célere dos meios terrestres, sendo algumas vezes necessário recorrer a uma motobomba”. A solução passou então “por construir os reservatórios em pontos mais elevados e as bocas de abastecimento dos carros em pontos mais baixos, para que a água, por gravidade, possa encher um carro com rapidez”. Todos os reservatórios e os pontos de abastecimento terrestre “estão preparados com uma fechadura universal, que todos os veículos de bombeiros têm e o primeiro a chegar ao local abre a porta que, no caso de uma ocorrência maior, pode até permanecer aberta, mas nenhum carro de bombeiros fica privado de abastecer”. Como complemento há ainda uma motobomba de grande capacidade junto à ribeira também para abastecimento de meios terrestres.