Um prato com massa e uma omelete com cor e textura estranhas, servida na cantina da Escola EB 2,3 D. Afonso Henriques, em Guimarães, espoletou uma onda de contestação à qualidade da comida servida nas cantinas do concelho, que se alastrou nas redes sociais e nos grupos de pais. A polémica chegou à reunião de Câmara.
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A vereadora do PSD Emília Lemos, professora de profissão, levou esta questão e outros problemas relacionados com a gestão do parque escolar à reunião do executivo vimaranense desta segunda-feira. A vice-presidente da Câmara, Adelina Paula Pinto, admitiu que a omelete não devia ter sido servida mas, ressalvou, “não estava estragada”. Já o presidente da Câmara, Domingos Bragança, prometeu um relatório sobre o “estado da arte” da educação no concelho.
Bárbara Fernandes, mãe de uma das crianças a quem foi servido o prato de massa e “omelete estranha”, não concorda com a vice-presidente da Câmara e afirma que o seu filho mais novo apanhou uma intoxicação: “A vice-presidente não é coerente, porque diz que não devia ter sido servida, mas refere 'que não estava estragada'.”
“Os alunos mais afetados são os mais pequenos, que são obrigados a comer pelos auxiliares, antes de poderem ir para o recreio. Os mais velhos não comem e depois acabam por comer uma sandes no bar ou na rua”, acrescenta.
Cantinas contratadas prejudicam
Os pais reuniram-se no sábado para decidirem as medidas a tomar e pediram uma audiência ao presidente da Câmara. “Este problema é antigo e deriva do facto de as empresas ganharem o concurso, não pela qualidade do serviço, mas pelo preço mais baixo”, lamenta Bárbara Fernandes.
“Isto das cantinas contratadas deve ser banido. Passem a cozinhar como antigamente, com dedicadas e empenhadas cozinheiras, com comida feita na hora”, propõe esta mãe. “Porque é que a comida na cantina da Câmara não vem desta empresa? Porque é que lá eles têm cozinheiras?”, questiona a mesma mãe.