Operação de limpeza nas Bétulas já removeu vários camiões de lixo
A Câmara de Famalicão está a desenvolver uma operação de limpeza nos espaços exteriores do Bairro das Bétulas onde vivem dezenas de famílias de etnia cigana desde 2010.
Corpo do artigo
Já foram retirados do local vários camiões com material metálico e não metálico resultante da recolha de sucata e resíduos urbanos. E também foram recolhidos veículos abandonados e animais.
A operação de limpeza está a ser acompanhada por um forte dispositivo policial com mais de duas dezenas de agentes da PSP e da Polícia Municipal.
Segundo António Magalhães, comandante da Polícia Municipal de Famalicão, esta limpeza foi desencadeada porque estava em causa a saúde pública: "Ainda é mais grave do que supúnhamos". A acumulação de lixo "estava a atingir tal dimensão" que, segundo o comandante, era "preciso atuar". Já que os moradores não tinham meios, "a Câmara teve de assumir a limpeza".
"Aproveitamos a circunstância e estamos fazer uma limpeza alargada que envolveu meios da proteção civil, nomeadamente por causa da vegetação que estava a crescer", notou António Magalhães, referindo que o departamento do ambiente está no local para efetuar uma "limpeza geral", bem como os serviços veterinários para recolha de "alguns animais errantes".
"A presença da Polícia Municipal e da PSP serve para garantir a normal execução dos trabalhos e para a própria segurança dos trabalhadores municipais", afiançou.
Ação de "rotina conjunta"
Paulo Cunha, presidente da Câmara de Famalicão esclareceu que se trata de uma "ação considerada de rotina conjunta" que já estava a ser preparada há algum tempo. "Sempre que necessário e possível, este tipo de ação vai realizar-se neste complexo e noutros", adiantou o autarca, frisando que não se trata de algo "excecional".
"Temos tido ações pedagógicas com o propósito de sensibilizar as pessoas a práticas diferentes mas não temos domínio sobre a ação das pessoas. Não há uma varinha mágica que consiga com eficácia que desejaríamos que as pessoas mudem as suas ações", afirmou Paulo Cunha, acrescentando que não é só no Bairro das Bétulas que existem cidadãos "com más práticas". "Ali tem uma visibilidade diferente porque há concentração de pessoas no mesmo sítio, com os mesmos hábitos", explicou.
Segundo o autarca, o dispositivo policial que está a acompanhar a operação é meramente "preventivo" porque a ação poderia "obrigar a ir além daquilo que é o espaço público e há situações imprevisíveis" para quem está a executar as suas tarefas. "É uma questão de procedimento", justificou.
A rua sem saída paralela ao edifício é um dos locais onde se verifica a acumulação de lixo, mas a Autarquia está a estudar a possibilidade de a encerrar e de criar no local equipamentos de desfrute público.