Trabalhadores de uma empresa envolvida na construção do IC3, na zona de Penela, ocuparam, esta terça-feira, três gruas, impedindo o seu funcionamento, para exigirem o pagamento de salários, disse um dos operários em protesto.
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As gruas estão ocupadas, desde as 7 horas desta terça-feira, como "forma de exigir que a empresa pague o dinheiro que nos deve", explicou Vyashieslav Nogin, um dos operadores que se mantém na cabine de uma das gruas, para impedir o seu funcionamento, à Lua.
"Sou de Faro e sinto-me refém em Penela", sublinhou o operário, explicando que não recebe salário desde o início de janeiro e não tem dinheiro para se deslocar até aquela cidade, onde vive a família.
"Estamos aqui como animais", salientou.
"Não vou deixar subir ninguém para a grua", assegurou Nogin, salientando que ele e os seus colegas apenas exigem o dinheiro que lhes é devido pela empresa de construções Arminorte, com sede em Tarouca, envolvida numa das subempreitadas da construção do IC3.
No dia 15, um grupo de trabalhadores, recorrendo igualmente à ocupação de gruas, paralisou "durante várias horas" os trabalhos, tendo terminado com o protesto depois de lhes ter sido prometido que os salários em atraso seriam pagos na segunda-feira, dia 19.
"Mas, mais uma vez, o patrão não pagou", afirmou aquele operador de grua, explicando o motivo do protesto de hoje e que, garante, se manterá pelo tempo que julgarem necessário para receberem os salários em falta.
O protesto está a interferir no avanço dos trabalhos de construção do IC3 (itinerário complementar que liga Coimbra a Tomar), perto das localidades de Corvo e Casal do Pinto, no concelho de Penela.
A GNR já se deslocou ao local e verificou que as três gruas estavam ocupadas e paralisadas, mas não interveio, pois não se regista alteração da ordem pública.
