Resistência à ditadura no Norte recordada em série de cinco episódios, a exibir ainda este ano na RTP.
Corpo do artigo
Quando César Machado publicou “25 - Guimarães, Daqui Houve Resistência”, em 2014, o produtor Rodrigo Areias disse-lhe de imediato que, a partir daquele livro, haviam de fazer um filme. O livro é uma recolha de 25 testemunhos de resistentes que desenvolveram a sua ação a partir da região Norte ou que a levaram mais longe, a Coimbra, Lisboa e até ao exílio. No ano em que se celebram os 50 anos da Revolução dos Cravos, o projeto vai concretizar-se finalmente. A ideia de um filme evoluiu para uma série de cinco episódios, que estão a ser filmados, neste momento, por Edgar Pêra e Carlos Amaral, em Guimarães e nos arredores da cidade. Deve estrear, na RTP, no último trimestre deste ano.
Um Land Rover sem capota entra pelos portões da Fábrica do Alto, em Pevidém. Vem carregado de militares da GNR, seis atrás e dois à frente. Os guardas envergam as fardas cinzentas da época e o icónico quepe (estilo gendarme). Vêm para “pôr na linha” os operários envolvidos na greve dos braços caídos. “Os trabalhadores ocupavam os seus postos de trabalho, mas ficavam imóveis”, explica Rodrigo Areias. Quando saltam do jipe, os guardas têm à sua espera, primeiro, os sindicalistas João Ribeiro (Nuno Preto) e Lurdinhas de Urgezes (Carolina Amaral) e, logo atrás, uma barreira de operários (alguns dos quais trabalharam efetivamente naquela fábrica).