Na próxima sexta-feira termina o prazo definido em despacho do Governo para a situação de calamidade e cerco sanitário em Ovar.
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Não há, ainda, certezas se a medida vai ser prolongada ou não, mas no concelho vareiro crescem as vozes que pedem o fim desta medida de exceção.
No passado dia 2 de abril, o Governo prorrogou a situação de calamidade e a cerca sanitária no concelho de Ovar, na sequência da pandemia de Covid-19, até ao próximo dia 17.
Com este prolongamento vieram, pela primeira vez, as autorizações para as empresas laborarem e o retorno consequente dos trabalhadores a estas unidades.
Fernando Camelo de Almeida, deputado municipal do CDS-PP, tem sido uma das vozes mais ativas na exigência do fim do cerco sanitário.
"Estamos a poucos dias do fim do segundo Cerco Sanitário e impõe-se que os autarcas tomem posição. Eu, na qualidade de Deputado Municipal, manifesto aqui de forma clara que defendo o fim do cerco", referiu.
Justifica que a continuar o cerco sanitário, "há o sério risco de Ovar voltar a ser notícia, desta vez por ser o epicentro de uma pandemia económica e aí não vai chegar o hospital de Anjo de Ovar". "Precisaremos de uma unidade de cuidados intensivos sem tempo para batismos ou bênçãos, pois serão muitos os que terão dificuldade em sobreviver".
Critica o alegado silêncio do presidente da Câmara Municipal, Salvador Malheiro. "Impõe-se que tome posição pública e diga de forma clara se defende o fim do cerco".
Acusa, ainda, salvador Malheiro de "manter-se em silêncio", optando por dizer "sistematicamente que a situação em Ovar é muito complicada, contribuindo para que o Cerco se mantenha e provavelmente depois vir dizer que a responsabilidade é do governo".
Fernando Camelo de Almeida concluiu que, "é hora de se colocar o interesse da nossa Terra e dos nossos conterrâneos acima de qualquer outro interesse, não há margem para facilitar".
Também o vereador socialista da Câmara Municipal, Artur Duarte, veio a público defender o fim do cerco.
"Se concordamos que no início e por força da transmissão comunitária do vírus no concelho a medida de imposição de uma cerca sanitária se justificava, a partir do momento em que o Estado de Emergência foi decretado para todo o país, essa justificação não tem mais sentido", considerou numa publicação no "Facebook".
Lembra, ainda, que desde esta terça-feira, "foi retomada a laboração nas unidades industriais no concelho".
"Em vez de continuar a pugnar pelo prolongamento da cerca, que para alguns é um queijo suíço, o executivo municipal deve manifestar às entidades competentes, e de uma forma clara, a necessidade de acabarmos com esta descriminação negativa ao povo vareiro", escreveu.