São 66 milhões de euros de investimento, 45 milhões de fundos comunitários. O movimento NAU diz que é um orçamento de “completa utopia e ilusão”.
Corpo do artigo
O PSD critica “a ausência de investimento” em 38 meses e a “falta de visão”. Na assembleia municipal, a oposição uniu-se e votou contra o orçamento da Câmara de Vila do Conde para 2025, mas, no executivo, o vereador eleito pelo PSD (a quem o partido retirou a confiança política), Pedro Soares, votou a favor.
“Desilusão”. É assim que Carlos Duarte, do PSD, vê os primeiros 38 meses da maioria PS de Vítor Costa na Câmara de Vila do Conde. Um executivo “sem visão, nem ambição”, “zero obras”, muitas “festas e festinhas”, que não “promove a coesão territorial, nada avançou na digitalização e nas questões ambientais”.
Também Marta Simães, da NAU, pouco vê em obras. A habitação social “foi construída pela Santa Casa”, a Esquadra da PSP “já tinha aprovação no anterior executivo NAU” e os 6,4 milhões de investimento na ampliação da rede de água e saneamento “só vão trazer mais clientes à Indáqua”. Quanto ao orçamento para 2025, o investimento é “astronómico” e ultrapassa, num ano, o recorde de quatro fixado pela NAU (40 milhões de euros entre 2018 e 2021). “Não engane os vilacondenses”, rematou, dirigindo-se ao presidente Vítor Costa.
António Castro, do PS, explicou o que “a oposição não vê”: 33 obras no parque escolar que ultrapassaram 9 milhões de euros, 13 obras em habitação social (3 milhões de euros), 25 milhões em obras diversas, entre as quais estão arruamentos e infraestruturas nas Caxinas, a sede dos escuteiros em Vairão, o campo sintético em Arcos ou a ribeira de Silvares em Mindelo.
Para 2025, à boleia do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Portugal 2030, o orçamento é “o maior de sempre”: o Centro de Saúde das Caxinas, a Esquadra da PSP, a cobertura dos armazéns de aprestos, o Centro de Estudos Judiciários, a habitação e as obras nas escolas são as grandes prioridades.
“Estamos a trabalhar para cumprir o que prometemos”, frisou o presidente da Junta de Vila do Conde, Isaac Braga. “Um exercício de bota-abaixismo que dura desde 1976”, comentou Vítor Costa. “A líder do partido não se dá com a bancada, a bancada não fala com o vereador, o vereador não se dá com o presidente de junta? Nós apresentamos coerência e continuamos firmes na execução do nosso programa”, rematou João Fonseca, do PS, referindo-se ao voto a favor de Pedro Soares no executivo e, agora, ao “chumbo” da bancada municipal.