Sabia que toda a pedra exterior da Casa da Música veio da Jordânia? E que os painéis interiores do grande auditório têm 87 quilos de folha de ouro, com formas inspiradas no fardamento dos soldados dos EUA, durante a guerra no Golfo? Estes e outros pormenores fazem parte da história da construção do icónico edifício, que esta quinta-feira será recordada, em livro, no Porto.
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A iniciativa pertence à Ordem dos Engenheiros da Região Norte e o título "Há Engenharia na Casa da Música" diz muito sobre o conteúdo.
O livro foi elaborado durante o confinamento e a direção coube a Manuela Mesquita, que faz parte do conselho diretivo da Ordem e esteve ligada à construção.
Há também, por isso, um "lado emocional", numa publicação de mais de 160 páginas, ilustrada com fotografias e cujo principal objetivo é destacar que "sem a assessoria e a mestria dos engenheiros o projeto de arquitetura do holandês Koolhaas não teria sido concretizado".
"Ainda hoje é inovador. Foi o primeiro edifício a nível do betão armado. Está impecável. Continua a ser uma referência", salienta Manuela Mesquita, sobre o projeto que arrancou em 1999 e terminou em 2005.
É realçado "o rigor e a complexidade" do processo construtivo. "Foi arriscado, mas não houve qualquer acidente grave", observa. Também há referência aos detalhes, como "a iluminação LED nas cadeiras, que, na altura, era uma novidade".
Tudo foi "testado em laboratório", nomeadamente a acústica. "Devido às vibrações, a Sala Suggia é autónoma, dentro da grande caixa que é a Casa", anota.
Valente de Oliveira, presidente dos fundadores da Casa da Música, e Pedro Burmester, primeiro programador e diretor musical do equipamento, são alguns dos testemunhos que constam do livro, a apresentar na tarde de quinta-feira. Na Casa da Música, como é óbvio.