A organização ambiental Ocean Alive denuncia um projeto de construção de um parqueamento de embarcações no Estuário do Sado potenciador da destruição de mais de três hectares de pradarias marinhas e um hectare de sapal.
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Em causa está a deposição de "sedimentos dragados num aterro onde se localizam a pradaria e o sapal da Açoreira", pode-se ler num comunicado da Ocean Alive.
A Ocean Alive é uma cooperativa defensora das pradarias marinhas, berços do choco e centenas de espécies marinhas no Estuário do Sado. Em comunicado, a organização aponta para o projeto de construção de uma "Bacia para Parqueamento de Unidades Marítimas" da Etermar, empresa de engenharia marítima, e cuja consulta pública termina esta quarta feira, quatro de outubro. A organização apela à mobilização da população na consulta pública. "Não podemos continuar a matar o mar para dar vida à economia, sem olhar para as pessoas".
"A área do projeto abrange 12,15 hectares que incluem 3,1 de pradaria marinha e 1,1 de sapal", explica a Ocean Alive, acrescentando que "o impacto mais negativo do projeto é a eliminação destes habitats chave que serão soterrados pelos sedimentos dragados".
Em comunicado, a Ocean Alive explica que "a construção do parqueamento requer a dragagem de 169 039 m3 de sedimento estuarino e a construção de um muro de contenção que atravessa, de um lado ao outro, a baía. A construção decorrerá ao longo de um ano, mas requer dragagens a cada 14 anos para manter a profundidade necessária às embarcações. Os sedimentos dragados são de classe 3 e serão depositados num aterro do outro lado do muro, onde se localizam a pradaria e o sapal da Açoreira".