Azeite de Porto de Mós está a ser usado por chef alemão com estrela Michelin. Zona do Parque Natural perdeu 12 mil hectares em 30 anos.
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O sabor suave e doce do azeite produzido por António Pedroso, 62 anos, construtor civil, olivicultor e lagareiro de Alvados, Porto de Mós, conquistou o paladar de um chef alemão com uma estrela Michelin. Para assegurar mais qualidade, o agricultor colhe as azeitonas ainda verdes, dos 12 hectares de olival que herdou dos pais, e que adquiriu nos últimos dez anos. Os terrenos de que é proprietário situam-se na área do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), que perdeu 12 mil hectares nos últimos 30 anos, devido ao abandono do olival. O projeto Ouro Líquido quer inverter esta tendência.
Na sessão de apresentação do projeto, em Moleanos, Alcobaça, Luís Duarte Melo, engenheiro agrónomo e consultor do Ouro Líquido, revelou que a área do PNSAC chegou a ter 25 mil hectares de oliveiras, que foram sendo arrancadas ou abandonadas, sobretudo nas zonas de montanha. “A área de olival baixou para metade, devido à dificuldade de mecanização, aos custos da colheita manual, e ao preço da mão de obra”, justificou. A redução da produção de azeite deve-se ainda à colheita de azeitonas apenas para consumo familiar.