Miguel Alcaide está "revoltado" porque o pároco da Praia de Mira não lhe permitiu ser padrinho do crisma de um jovem institucionalizado na Obra Frei Gil e acusa o sacerdote de o ter discriminado por ser homossexual.
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O caso aconteceu no sábado. Miguel Alcaide diz que apenas lhe foi solicitada uma certidão que confirmasse que é crismado para tratar do processo, o que fez prontamente. No entanto, na véspera da cerimónia, informaram-no que estava impedido, por estar casado apenas pelo civil. A explicação não o convence, ainda que, reconheça, "como a Igreja católica não aceita o casamento homossexual, nunca poderia cumprir os requisitos".
"Sei de pessoas que são apenas casadas pelo civil e já foram padrinhos com este pároco. E sei também de um homossexual casado que já foi padrinho, só que as pessoas desconheciam", diz, estranhando a forma como são instruídos os processos na paróquia. "Parece que, quando querem, contornam as regras, quando não querem, discriminam", diz, garantindo que vai apresentar queixa no Ministério Público contra a paróquia por homofobia.
"Segui o direito canónico"
O padre João Pedro alega que só teve conhecimento do impedimento hora e meia antes da cerimónia, uma vez que "são as catequistas que tratam dos processos". "Segui o direito canónico. Já tive casais heterossexuais que estão juntos ou casados apenas pelo civil que também não puderam ser padrinhos", explica, assegurando que vai tentar "dialogar" com Miguel, para que não se sinta "rejeitado". O jovem foi crismado com outro padrinho.