Pároco de Priscos, em Braga, oferece-se para colocar imagens de entes queridos na igreja e evitar aglomerados.
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O pároco de Priscos, Guisande e Tadim, João Torres, convidou os fiéis a levarem retratos dos entes queridos para as cerimónias do Dia de Todos os Santos, de forma a evitar aglomerados nos cemitérios destas freguesias de Braga. A ideia é colocar as imagens nos altares improvisados dos pavilhões que estão a acolher as missas durante a pandemia e, posteriormente, distribuir as imagens pelas igrejas da localidade de cada uma das famílias.
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"As pessoas levam as fotografias para o local da celebração, que são dois pavilhões em Priscos e Tadim e uma tenda em Guisande. E é uma forma de evitar a ida ao cemitério e não haver acumulação de pessoas. Durante o mês, distribuímos as imagens pelas igrejas e estas podem ser vistas durante a missa à semana", explica João Torres.
O pároco admite que a ideia, inspirada num filme de animação, pode causar estranheza, mas o objetivo é que seja uma "homenagem" às pessoas que "vivem nos corações" dos fiéis.
"Viver a memória dos nossos entes queridos não deve ser considerada uma evocação mortífera e deprimente, mas o contrário. Os cristãos acreditam na ressurreição e na vida eterna", elucida João Torres, acreditando que a contemplação dos retratos, também trará "sentimentos de alegria". As celebrações vão acontecer domingo, entre as 9 e as 11 horas, e segunda-feira, entre as 19 e as 20 horas.
Presépio cancelado
"O cemitério, em si, é só um lugar de memória", acrescenta o pároco responsável pelo presépio ao vivo de Priscos que, este ano, não vai abrir portas devido à pandemia.
"Explorámos todas as opções para a realização do presépio em segurança este ano, mas acabámos por descobrir que o melhor caminho a seguir é o de adiar para 2021", afirma o responsável, justificando que "seria impossível garantir o cumprimento das medidas preventivas no decorrer da iniciativa, a partir da entrada e distanciamento social em cada cenário".
Ao todo, o evento envolve cerca de 600 figurantes e entre 100 a 144 mil visitantes, atraindo excursões de vários pontos do país. São cerca de 90 cenários espalhados por 30 mil metros quadrados.
Inclusão
Reclusos continuam a ajudar Priscos
O presépio ao vivo de Priscos é conhecido pela inclusão de reclusos nos trabalhos de construção dos cenários e, mesmo em tempo de pandemia, o projeto manteve-se. "Temos um recluso que mora aqui perto e, neste momento, está em casa num regimento especial e veio trabalhar. Estivemos a fazer novas construções", afirma João Torres, que também faz visitas semanais às prisões de Guimarães e Braga.